Excesso de árvores antigas em florestas japonesas está afetando o meio ambiente

O excesso de árvores velhas em florestas mal geridas está lançando nitrogênio para os cursos de água, provocando um florescimento nefasto de algas.

Do Mundo-Nipo

Pode parecer contraditório que as árvores possam ser uma fonte de poluição quando absorvem o dióxido de carbono. No entanto, quando as florestas não são bem geridas, o excesso de árvores pode causar poluição por nutrientes, e esse problema vem ocorrendo no Japão, onde as florestas de cedros e ciprestes, que não são cuidadas ou são mal geridas, estão lançando grandes quantidades de nitrogênio para os cursos de água, provocando um florescimento nefasto de algas.

De acordo com uma recente publicação do portal especializado Engenharia é, muitas árvores foram plantadas de forma massiva no Japão, principalmente para fins comerciais, uma prática que teve início há cerca de meio século, quando o país encontrava-se em pleno crescimento e a madeira era o principal material para a construção, o que não mudou muito nos dias atuais.

Com isso, houve um indício de desmatamento, o que levou empresas japonesas a importar madeira. A mudança de paradigma no mercado deixou um rasto excessivo de plantações de árvores, que agora estão causando problemas às restantes formas de vida selvagem.

De acordo com a Discovery News, as árvores mais velhas necessitam de menos nutrientes que as mais novas, que crescem mais rápido. Porém, lesses locais onde há um grande número de árvores antigas, as mais novas são impedidas de florescer porque as mais velhas que foram plantadas de forma densa ocupam todo o espaço disponível, impedindo que a luz solar chegue à vegetação rasteira.

Como consequência, existe nestes locais uma elevada concentração de nitrogênio, que é expelida pelas árvores mais velhas que não necessitam dele. Essa concentração excessiva não pode ser absorvida, uma vez que não há árvores mais novas para limpar o ambiente.

Assim, este nitrogênio tende a infiltrar-se nos cursos de água locais, propiciando o florescimento de algas marinhas. Na presença de nutrientes, as algas começam a crescer de forma desenfreada, tornando-se problemáticas para as outras formas de vida marinhas, já que absorvem o oxigênio da água, num processo conhecido como eutrofização.

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