Poluição na China está como um ‘fumante com risco de câncer’, diz órgão chinês

O diretor de um órgão chinês sobre mudanças climáticas disse que a “China é como um fumante que precisa parar de fumar de vez ou correrá o risco de ter câncer de pulmão”.

Do Mundo-Nipo

O diretor geral do Centro Nacional para Estratégias de Mudança Climática e Cooperação Internacional (órgão estatal que aconselha o governo sobre assuntos ligados à mudança climática), disse ontem, durante uma conferência em Pequim, que “a poluição da China está em um estágio insuportável”. Li Junfeng foi mais longe ao comparar a poluição no país com um câncer e acrescentou: “É como um fumante que precisa parar de fumar de vez ou correrá o risco de ter câncer de pulmão”.

 

Poluição na China: foto tirada em fevereiro de 2014 em Pequim (Foto: Kyodo)
A foto, tirada em meados de fevereiro, mostra a capital chinesa coberta por uma extensa nuvem de poluição (Foto: Kyodo)

 

O órgão estatal disse que a poluição do ar na China, o maior emissor de carbono do mundo, alcançou níveis intoleráveis e o país deveria reduzir agressivamente sua dependência do carvão, de acordo com uma publicação da Agência Bloomberg.

Atualmente, a China usa carvão para obter cerca de 65 por cento da sua energia e, segundo argumentou Li, o país deveria reduzir essa proporção dois pontos porcentuais por ano. Os comentários chegam quando a poluição aérea em Pequim alcançou oito vezes os níveis que, segundo a Organização Mundial da Saúde, são alarmantes e aumentam o risco à saúde.

Ainda de acordo com a publicação da Bloomberg, o regulador de proteção ambiental da China enviou equipes de inspetores à capital e às áreas circundantes para monitorar os esforços das autoridades locais para combater a poluição.

A segunda maior economia do mundo precisa reduzir a dependência das indústrias pesadas para restringir a poluição do ar, além de diminuir a proporção de carvão entre os tipos de energia que utiliza, disse Ma Jun, economista-chefe para a Grande China do Deutsche Bank AG, na mesma conferência, detalhou a agência.

“A China deveria diminuir a proporção das indústrias pesadas na produção doméstica bruta em 9 pontos porcentuais entre 2013 e 2030 para cumprir com sua meta de redução de poluição”, disse o economista.

Ma Jun destacou que as indústrias pesadas, como a construção e a fabricação, representaram 46 por cento da economia em 2012. Ele propôs reduzir a proporção do carvão no consumo de energia para 46 por cento até 2030, e aumentar o uso de energia limpa na mesma proporção até o mesmo ano.

Cada vez mais cidades chinesas aplicam medidas de emergência para combater o smog em meio à crescente agitação social sobre os efeitos para a saúde provocados por um meio ambiente deteriorado, detalhou a agência.

A concentração de PM2,5, partículas inaláveis fina que apresentam o maior risco à saúde humana, foi de 198 microgramas por metro cúbico perto da Praça da Paz Celestial na capital da China às 11 horas de ontem, disse no seu site o Centro de Monitoramento Ambiental da Prefeitura de Pequim. A OMS recomenda níveis máximos de 25 microgramas por metro cúbico em 24 horas.

As informações foram extraídas e traduzidas da matéria de Sarah Chen e Feifei Shen, da Agência Bloonberg.

 


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