Presidente da Petrobras diz que refinaria no Japão não será vendida este ano

A declaração aconteceu durante uma audiência na Câmara para esclarecer denúncias de corrupção na Petrobras.

Do Mundo-Nipo

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse que a refinaria da Petrobras em Okinawa, no extremo sul do Japão, não será vendida este ano, mas segue no plano de desinvestimento da estatal.

A declaração aconteceu na quarta-feira (30), durante uma audiência na Câmara para esclarecer denúncias de corrupção na companhia. “Também está na nossa pauta de desinvestimentos. Temos propostas, avaliamos, mas achamos que este ano, até este final de ano, a gente pretende manter essas refinarias conosco para poder estar respondendo com segurança”, declarou a executiva na Câmara.

Foster reafirmou que a estatal também tem propostas pela polêmica refinaria de Pasadena, nos EUA, mas que o ativo não será vendido.

“Exatamente como Pasadena, (a refinaria no Japão) não é a prioridade da Petrobras. Ela também demandava ‘revamp’, que não fizemos exatamente porque mudou a prioridade. Mas o fato é que ela não trouxe para nós nenhuma baixa contábil até então”, afirmou às comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

 

Polêmicas envolvendo a aquisição da refinaria em Okinawa

A Petrobras sabia de limitações de produção da refinaria Nansei Sekiyu, em Okinawa, antes mesmo de sua aquisição, em 2007, segundo informações do jornal Valor Econômico.

Segundo a reportagem, apesar da capacidade para produzir 100 mil barris por dia, Okinawa só conseguiu atingir uma produção abaixo da metade deste total por conta de restrições ambientais e regras de segurança impostas pelo Japão. Em 2009, a produção foi de 45 mil barris por dia. Em 2010, caiu para 41 mil. Nos três anos seguintes, produziu 47,5 mil, 50 mil e 39 mil barris por dia, respectivamente.

A refinaria japonesa seria mais uma das negociações polêmicas da estatal, assim como a de Pasadena, no Texas. A estatal comprou 87,5% da refinaria de Okinawa por aproximadamente US$ 50 milhões. Os 12,5% restantes foram comprados em 2010.

Em uma história parecida com a americana Pasadena, a refinaria japonesa foi comprada em duas etapas, com a sócia da Petrobras, a Sumitomo Corporation, que tinha 12,5% da refinaria. A companhia japonesa depois exerceu seu direito previsto em contrato de sair do negócio, e vendeu sua participação por US$ 29 milhões. No total, a refinaria Nansei Sekiyu já custou US$ 192 milhões à Petrobras.

 


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