Dólar dispara e fecha no maior valor em mais de 2 anos

O dólar subiu quase 2% e superou a cotação de R$ 3,80, mesmo com intervenção do BC brasileiro no câmbio.
Dolar Foto Shutterstock 900x550 28 01 2016
Foto: Shutterstock

O dólar subiu fortemente nesta terça-feira e fechou no maior valor em mais de dois anos, mesmo com forte intervenção do Banco Central no câmbio, com investidores de olho nas pesquisas de intenção de voto para as eleições no Brasil e cautelosos com a cena externa, após a divulgação de dados sobre a economia dos Estados Unidos, o que pode sinalizar um possível avanço da inflação.

A moeda norte-americana subiu 1,77%, encerrando as negociações cotada a R$ 3,8097 – maior valor de fechamento desde 2 de março de 2016, quando alcançou R$ 3,8885. Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,62%.

Na máxima do dia, a cotação bateu R$ 3,8132 – maior nível durante as operações (intradia) desde março de 2016.

O mercado externo repercutiu com cautela os dados fortes de emprego dos Estados Unidos divulgados recentemente, que reavivaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, banco central do país) pode aumentar a taxa de juros mais três vezes este ano. As expectativas, por enquanto, são de mais dois aumentos até dezembro.

O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real.

No Brasil, o mercado repercute pesquisas eleitorais, com os investidores se mostrando preocupados com a possibilidade de vitória de um candidato não reformista e que não seja considerado pró-mercado.

Os investidores também continuam cautelosos com os desdobramentos da greve dos caminhoneiros, que afetou o abastecimento do país nas últimas semanas. O governo acabou cedendo na maioria das reivindicações da categoria para baixar os preços do diesel, gerando uma conta bilionária que terá impactos sobre os cofres públicos.

Agora, o governo trabalha para mudar a periodicidade dos reajustes de preços de gasolina sem mudar a política de preços da Petrobras (que implica em uma variação quase diária dos valores dos combustíveis nas refinarias com o objetivo de acompanhar as cotações internacionais).

Com o movimento mais forte de alta do dólar atingindo o mercado brasileiro, o Banco Central brasileiro decidiu aumentar sua interferência no câmbio e anunciou novo leilão de até 30 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, ainda nesta sessão.

Apesar do aumento da atuação do Banco Central, o mercado entende que a mudança de patamar do dólar é estrutural”, afirmou o economista da Guide Investimentos Ignácio Crespo.

O BC vendeu 16.210 contratos e, em seguida, anunciou outro leilão para tentar vender o restante de 13.790 swaps.

O órgão já havia feito leilão de novos swaps nesta terça e vendeu a oferta integral de até 15 mil contratos, totalizando US$ 3,061 bilhões neste mês. E também vendeu integralmente a oferta de até 8.800 swaps para rolagem, já somando US$ 1,320 bilhão do total de US$ 8,762 bilhões que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, o BC rolará integralmente o volume.

Fontes: Agência Reuters | G1 Economia.

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