Dólar sobe ante o real e atinge maior valor em quase 10 anos

A moeda dos EUA fechou perto dos R$ 2,62.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar voltou a subir ante o real nesta quarta-feira (10), renovando a máxima em quase dez anos e voltando à casa dos R$ 2,61, refletindo o aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais em meio à queda dos preços do petróleo, que chegou às mínimas em cinco anos, conforme destacou a Agência Reuters.

A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,55%, cotada a R$ 2,6125 na venda. É o maior valor de fechamento desde 15 de abril de 2005, quando foi a divisa dos EUA atingiu R$ 2,620. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro foi um pouco melhor, em torno de US$ 1 bilhão ante US$ 750 milhões de terça-feira.

“O mercado está sensível nesse clima de final de ano, com liquidez baixa. Uma piora no humor lá fora, como aconteceu hoje, acaba tendo um efeito exagerado”, disse à Reuters o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

O petróleo Brent caiu abaixo de US$ 65 por barril nesta quarta-feira devido a crescentes sinais de excesso de oferta e demanda fraca, acumulando perdas de mais de 40% desde junho.

A queda da commodity impulsionou o dólar contra moedas como o peso mexicano e o rand sul-africano, ao mesmo tempo em que caíam os rendimentos dos Treasuries, com investidores buscando proteção na dívida soberana norte-americana.

A divisa vinha enfrentando dificuldades para se firmar acima de R$ 2,60, patamar que analistas identificam como uma resistência no curto prazo.

No Brasil, o dólar ampliou os ganhos nesta tarde, após mostrar variações pequenas na primeira parte do pregão em meio à incerteza sobre a política econômica. A nova equipe econômica –encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC– agradou investidores, que viram nos nomes sinais de mais ortodoxia na condução da política econômica.

Agora, buscam entender quais ações concretas serão tomadas para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo. Os holofotes estão voltados principalmente para as contas públicas, com dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir a nova meta de superávit primário de 2015, equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O mercado também continuou à espera de sinais sobre o futuro das atuações diárias do BC no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim deste ano. Tombini já havia dito que o atual estoque de swap, equivalente a pouco mais de 100 bilhões de dólares, atendia a demanda do mercado, abrindo espaço para especulações de que o programa pode ser reduzido.

Na véspera, o presidente do BC afirmou que a autoridade monetária tem mais duas semanas para monitorar o programa e então tomar sua decisão.

 

Atuações do Banco Central no câmbio

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas rações diárias. Foram vendidos 3,1 mil contratos para 1º de junho e 900 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 198,3 milhões.

O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 40% do lote total.

*As cotações são da Agência  Thomson Reuters. 


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