Dólar renova máxima em 13 anos e fecha acima de R$ 3,87

O dólar fecha a quarta semana consecutiva com valorização e acumula alta no mês e no ano de 6,89% e de 45,83%, respectivamente

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em alta frente ao real pelo segundo dia seguido e renovou, nesta quinta-feira (10), seu valor máximo desde 2002, refletindo as incertezas sobre o ajuste fiscal no mercado local e a valorização da moeda americana no exterior, sustentada pela alta acima do esperado da inflação ao produtor nos Estados Unidos.

A moeda norte-americana subiu 0,69%, cotada a R$ 3,8771 na venda.  Trata-se do maior valor de fechamento desde 23 de outubro de 2002, quando a divisa esteve cotada a R$ 3,915.

No fim da sessão, a dólar terminou com avanço de 1,34%, cotado a R$ 3,8504 na venda, após saltar 3,1% e alcançar R$ 3,9173 na máxima do dia, maior nível intradia desde 23 de outubro de 2002 (R$ 3,92).

Com o resultado de hoje, o dólar fecha a quarta semana consecutiva com valorização. Somente nesta semana, avançou 0,43%. No mês e no ano, a alta é de 6,89% e de 45,83%, respectivamente. No acumulado de 12 meses, a valorização é de 68,8%. Há um ano, o dólar valia R$ 2,297.

Nesta manhã, a moeda dos EUA chegou a recuar 0,78%, negociada a R$ 3,8202 na mínima. O movimento, no entanto, atraiu compradores em meio às perspectivas ainda incertas e a divisa chegou a subir 1,15%, batendo R$ 3,8945 na máxima da sessão.

Mercado externo
O dólar operava em alta frente a algumas divisas emergentes em dia de forte baixa do petróleo e dados acima do esperado da inflação ao produtor nos Estados Unidos. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ficou estável em agosto, enquanto a expectativa do mercado era de queda de 0,1% e amparou as expectativas de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Lá fora, o dólar subia 0,69% em relação à lira turca, 0,31% diante do peso mexicano e 0,34% frente ao peso chileno.

A expectativa pela divulgação de uma série de números sobre a economia chinesa no fim de semana também dita uma postura mais conservadora dos agentes. Tudo isso antes da decisão de política monetária do Fed na próxima semana.

Cenário interno
No contexto político do Brasil, a Polícia Federal confirmou nesta sexta-feira que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido em um inquérito relacionado à operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção em estatais.

Preocupações com a deterioração das contas públicas e com a crise política no Brasil vêm golpeando o ânimo dos investidores nas últimas semanas, em meio a dúvidas sobre o comprometimento do governo com o ajuste fiscal.

Investidores aguardam o anúncio de novas medidas de corte de gastos e aumento de impostos pelo governo na tentativa de entregar um superávit primário e evitar o rebaixamento do rating soberano do país pelas agências de risco Fitch e Moody’s.

Na noite de quarta-feira, a S&P piorou a classificação de risco do Brasil para “BB+” ante “BBB-” e sinalizou que pode colocar a nota ainda mais dentro do grau especulativo ao atribuir perspectiva negativa ao rating. O mercado espera que o governo reaja anunciando mais medidas fiscais.

Atuações do Banco Central
Impulsionado pela perda do selo de bom pagador pelo Brasil, o dólar disparou a R$ 3,91 na manhã de quinta-feira, mas o movimento foi contido pela atuação do Banco Central, que anunciou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra.

Nesta manhã, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9.450 contratos.

Ao todo, o BC já rolou o correspondente a US$ 3,635 bilhões, ou cerca de 38% do total de US$ 9,458 bilhões. Se continuar neste ritmo, vai recolocar todo o lote até o fim deste mês.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)

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