Coreia do Norte critica Obama por incentivar a Sony Pictures lançar ‘A Entrevista’

O governo norte-coreano acusa Obama “por obrigar a Sony” a efetuar a distribuição do polêmico filme de forma indiscriminada.

Do Mundo-Nipo


 

A Coreia do Norte criticou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por incentivar o lançamento da polêmica comédia “A Entrevista”, que estreou esta semana em alguns cinemas nos Estados Unidos, mas já estava sendo exibido na internet. Produzido pela Sony Pictures Entertainment, o filme narra a história ficcional de um plano mirabolante para matar o líder norte-coreano Kim Jong-un. Pyongyang acusa Obama “por obrigar a Sony” a efetuar a distribuição do filme de forma indiscriminada.

As exibições nos EUA aconteceram depois de um ataque cibernético contra a Sony Pictures e de ameaças a salas de cinema que pretendiam colocá-lo em cartaz.

Um porta-voz da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte emitiu a declaração no sábado (27). No comunicado, divulgado pela Agência de Notícias Central Coreana, o porta-voz chamou a comédia de “filme desonesto e reacionário”, que fere a dignidade da liderança suprema da Coreia do Norte. O porta-voz negou novamente qualquer envolvimento do país nos ataques cibernéticos contra a Sony Pictures.

Inicialmente, a Sony cancelou a estreia do filme. Mas após críticas a favor da liberdade de expressão, vindas, principalmente, do presidente americano Barack Obama, o estúdio reconsiderou e alguns cinemas promoveram sessões à meia-noite para os interessados em assistir ao filme na tela grande.

Centenas de cinemas independentes em várias cidades dos Estados Unidos se ofereceram para exibir o longa, depois que as grandes redes decidiram não exibir devido às ameaças.

Lee Peterson, gerente do Cinema Village de Nova York, disse à agência de notícias Reuters que exibir o filme é uma questão de princípios.

“Obviamente gostaríamos de ganhar dinheiro com o filme, como gostaríamos com qualquer filme, mas é importante se manifestar pela liberdade, liberdade de expressão, liberdade para assistir filmes”, disse.

O longa também pode ser visto pela internet apenas nos Estados Unidos, através do website do filme, YouTube e Google Play e pela plataforma de vídeo do Xbox.

Reação do público
Depois da exibição do filme, as reações do público no Twitter foram variadas.

Alguns, como Maximus Clean, Kira Craig, entre outros, adoraram o longa. Alguns até afirmaram que assitir ao longa era exercer um direito à liberdade de expressão.

Outros afirmaram que a polêmica toda não valeu a pena, pois o filme não é tão bom, alguns chamaram de desperdício de dinheiro. Dan Field chegou a afirmar no Twitter que a Sony não deveria ter lançado o filme, não por causa da ameaça, mas porque o longa era “terrível”.

Ataque cibernético e Ameaças
A Sony Pictures tinha resolvido não lançar o filme depois de sofrer um grande ataque cibernétrico em novembro, atribuído a um grupo de hackers que se autodenomina GOP (Guardians of Peace – ou Guardiões da Paz, em tradução livre).

Na semana passada o FBI informou que suas análises levam a acreditar que a Coreia do Norte foi responsável pelo ataque. Mas, muitos especialistas em segurança online questionam esta afirmação.

O grupo de hackers também ameaçou realizar um ataque terrorista contra os cinemas que exibissem o filme. Depois de muitos cinemas cancelarem o lançamento, a Sony decidiu não lançar o longa.

Depois de muitas críticas, a Sony Pictures mudou de ideia. O presidente da companhia, Michael Lynton, afirmou que a distribuição digital do longa também poderia reverter os prejuízos causados pelo cancelamento.

Fontes: NHK News / BBC Brasil

 

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