Festival de Tóquio exibe clássicos japoneses restaurados em 4K

Os clássicos incluem obras dos mestres Akira Kurosawa, Shohei Imamura, Naomi Kawase e de Kore-eda Hirokazu.
Akira Kurosawa Foto Creative Commons
Akira Kurosawa (Foto: Creative Commons)

A 30ª edição do Festival Internacional de Cinema de Tóquio está exibindo clássicos japoneses restaurados, confirmando assim sua vocação em servir de plataforma para os nomes mais expressivos do cinema japonês, tanto atual como antigo.

Até o dia 3 de novembro, o evento sediado no moderno complexo de Roppongi Hills, na capital japonesa, apresenta quatro filmes japoneses restaurados recentemente com tecnologia 4K. Esta  resolução é aproximadamente quatro vezes maior que a HD (High Definition).

Obras restauradas em exibição no Festival de Tóquio:

“A Balada de Narayama” (1983), com a qual o mestre Shohei Imamura (1926-2006) conquistou uma das duas Palmas de Ouro de Cannes de sua carreira.

“A Enguia” (1997). O filme é baseado em tradição japonesa praticada durante o século 19, quando idosos de famílias muito pobres eram deixados em montanhas, para que morressem

“Kagemusha, a Sombra do Samurai” (1980). A obra do mestre Akira Kurosawa (1910-1998) que foi recuperada digitalmente . Este é outro filme japonês premiado com a Palma de Ouro Cannes. O clássico conta a história de um sósia que ocupa o posto de senhor feudal para evitar a queda de seu reinado (assim que este é morto em combate).

“O Intendente Sansho” (1954). Este filme de Kenji Mizoguchi (1898-1956) conquistou o Leão de Prata de Veneza. O filme narra a história de um governador do Japão medieval que é exilado e tem a sua família escravizada.

“Portal do Inferno” (1953). A obra rendeu a Teinosuke Kinugasa (1896-1982) o Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes. O clássico relata o drama de um samurai que se apaixona por uma mulher casada que ele salvou.

“Graças à restauração é que o público poderá ver ‘Portal do Inferno’ nas cores vívidas em que ele foi concebido, enfatizando ainda mais a beleza do filme. As imagens desse clássico (o primeiro filme colorido da Kadokawa Pictures) já estavam muito desbotadas”, conta a restauradora Yoko Arai, da Imagica Corp, uma das empresas que cuidaram da recuperação dos filmes para o festival.

30ª edição do Festival Internacional de Cinema de Tóquio
O evento de 10 dias é o mais importante do cinema no Japão. Nesta edição, o festival apresenta mais de 200 filmes. Ainda que a mostra competitiva seja internacional, com 15 títulos selecionados este ano representando 13 diferentes países, a produção local é sempre o foco do evento.

Conforme citado acima, serão apresentados os últimos trabalhos de diretores aclamados, como Naomi Kawase (“Esplendor”, uma das atrações atualmente na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo).

O trabalho de Naomi Kawase também integra a mostra Japan Now, que serve de plataforma para a nova geração de cineastas, como Yoshida Daihachi (com “A Beautiful Star”) e Yuya Ishii (com “The Tokyo Night Sky Is Always the Densest Shade of Blue”).

Até Godzilla, um dos ícones da cultura pop japonesa, ganhará uma homenagem nesta edição, com a exibição do primeiro filme do réptil, realizado em 1954, com acompanhamento musical da Orquestra Filarmônica de Tóquio.

A 30ª edição do Festival de Tóquio términa no dia 3 de novembro, dia em que o público conhecerá os vencedores dos prêmios.

Com informações do jornal Valor Econômico e do site AdoroCinema.

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