Japoneses não têm imunidade ao vírus H7N9 da gripe aviária, dizem cientistas

O vírus poderia causar uma pandemia no Japão, devido à falta de imunidade em todas as faixas etárias.

Do Mundo-Nipo

Vírus H7N9 multiplicando-se (Imagem: Takeshi Noda)
Vírus H7N9 multiplicando-se (Imagem: Takeshi Noda)

A cepa H7N9 do vírus da gripe aviária, que surgiu na China no início deste ano, poderia causar uma pandemia no Japão, devido à falta de imunidade em todas as faixas etárias, de acordo com a pesquisa realizada por uma equipe internacional de cientistas, divulgado pela revista científica “Nature”.

“Em 2009, apenas um número limitado de pessoas ficou seriamente doente durante o surto mundial do H1N1. Isso porque os adultos eram imunes ‘até certo nível’ da cepa do vírus”, disse Yoshihiro Kawaoka, professor de virologia da Universidade do Instituto de Medicina e Ciência de Tóquio, que liderou a equipe. “Ninguém é imune ao H7N9, o que pode levar sérias consequências aos seres humanos”, destacou Kawaoka.

Os pesquisadores da Universidade de Tóquio, do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e de outras entidades de pesquisa, não encontraram anticorpos ao vírus H7N9 em amostras de sangue colhidas de 500 voluntários japoneses, com idades que variaram desde crianças até adultos com seus 90 anos, em testes realizados de 2010 a 2012.

A equipe também realizou experiências com camundongos, administrando doses do vírus H7N9 capaz de matar metade de suas cobaias. Em seguida, administraram drogas antivirais para os ratinhos infectados.

Aqueles que receberam Tamiflu, Relenza e Inavir sobreviveram, mas perderam de 20 a 40 por cento de seu peso corporal. Os resultados sugerem que essas drogas podem ter efeitos terapêuticos ‘limitados’ em humanos, afirmaram os cientistas.

Entre os camundongos que receberam T-705 (uma droga experimental que atualmente está sendo analisada para aprovação), não perderam peso.

“As infecções entre os seres humanos poderiam ocorrer novamente no outono ou mais tarde, por isso existe a necessidade de observar a situação com muito cuidado”, alertou Kawaoka.

Os resultados da pesquisa foram publicados na quinta-feira (11) pela renomada revista “Nature”, da Grã-Bretanha, uma das mais conceituadas e antigas revistas científicas do mundo.

 

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