Premiê japonês adiará alta de imposto e convocará eleição em dezembro, diz jornal

O jornal Sankei disse que Abe adiará o aumento do imposto sobre vendas para abril de 2017.

Do Mundo-Nipo

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, vai adiar seu planejado aumento de imposto sobre vendas e convocar uma eleição geral para dezembro, noticiou o jornal conservador Sankei nesta quarta-feira (12), indicando que a medida é parte do esforço de Abe para manter-se no poder em meio a uma recente tendência de queda em sua popularidade.

Apesar da notícia não ser oficial, Abe disse na terça-feira que não havia decidido sobre o momento adequado para a eleição e, no domingo, afirmou que o aumento do imposto sobre vendas, inicialmente programado para outubro de 2015, dependeria dos resultados do Produto interno Bruto (PIB) do país no trimestre de julho a setembro, conforme noticiou a emissora pública ‘NHK’.

Além disso, seu principal porta-voz no governo disse nesta quarta-feira que a decisão sobre o reajuste do imposto sobre vendas, que pode prejudicar uma prometida recuperação econômica, ainda vai ser tomada, de acordo com a Agência Reuters.

Mas a publicação do jornal Sankei diz Abe teria decido adiar o aumento do imposto em um ano e meio, para abril de 2017, e convocar uma eleição antecipada para recompor a Câmara Baixa do Parlamento, equivalente à Câmara dos Deputados.

Na terça-feira, um membro do governo próximo ao gabinete do premiê disse à Reuters que existe uma forte possibilidade de Abe adir a elevação do imposto e que os principais partidos políticos do país já começaram a se preparar para uma possível eleição antecipada.

“Nenhuma eleição precisaria ser organizada antes de 2016, mas interlocutores políticos próximos a Abe, cujo apoio popular é relativamente robusto, mas demonstra tendência de queda, pode buscar renovar seu mandato para outros quatro anos antes de tomar medidas impopulares, tais como a reativação de reatores nucleares e a aprovação de uma lei que permite às tropas japonesas combaterem em outros países pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, conforme informou a agência Reuters nas primeiras hora de hoje.

Caso aconteça uma eleição antecipada, a coalizão do Partido Liberal Democrata (PLD), de Abe, tem grandes chances de vencer a maioria na Câmara, dada a fraqueza da oposição. Mas, segundo políticos, existe a possibilidade de que o partido governista obtenha menos do que os dois terços de seus atuais assentos na Câmara.

Em recente pesquisa da NHK, divulgada na segunda-feira, o apoio do eleitorado ao PLD caiu para 36,6%. O número ainda é bem maior do que os 7,9% dos que disseram apoiar o oposicionista Partido Democrático do Japão (PDJ), o que reflete a lembrança dos três anos em que o partido esteve no poder a partir de 2009, período marcado por erros e deslizes políticos.

A pesquisa revelou ainda que o apoio ao gabinete de Abe caiu para 44%, o menor nível desde que foi formado, quando Abe assumiu o poder em dezembro de 2012, prometendo recuperar a economia com uma receita de política monetária ultraexpansionista, maiores gastos e reformas.

A oposição diz que o adiamento do reajuste do imposto sobre vendas seria uma prova do fracasso da estratégia de crescimento apelidada “Abenomics”, o que deixa o premiê em situação complicada, já que analistas financeiros, como próprio conselheiro econômico de Abe, Koichi Hamada, indicam que o ideal seria adiar a elevação da alíquota.

 


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