Exportações do Japão desaceleram ao ritmo mais lento em 7 meses

Exportações japonesas perderam força no momento em que o iene mais fraco e a alta do petróleo aumentam os custos de importação.
Porto de Toquio Foto 500px Pierre Arnaud Donnet 900x600 02
©Pierre Arnaud Donnet

As exportações do Japão em setembro desaceleraram para o seu ritmo mais lento em sete meses, enquanto um aumento nas importações elevou preocupações de que obstáculos da cadeia de abastecimento global causados pela pandemia poderiam prejudicar a frágil recuperação econômica do país.

Divulgados na quarta-feira (20), os dados do Ministério das Finanças mostraram que as exportações japonesas aumentaram 13,0% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

O resultado é bem melhor que o estimado pelo mercado, que previa um avanço de 11,0%. Porém, mesmo com a alta acima do esperado, o crescimento das exportações enfraqueceu ante a taxa de 26,2% do mês anterior e foi o mais lento desde fevereiro.

Os embarques de automóveis sofreram um tombo de 40,3%, a primeira queda em sete meses, sendo o grande responsável pela desaceleração das exportações japonesas.

Principais parceiros comerciais

Os embarques para a China, o maior parceiro comercial do Japão, aumentaram 10,3% em setembro no comparativo anual, liderados por semicondutores e materiais plásticos, enquanto as exportações de automóveis despencaram 71,9%.

As exportações para os Estados Unidos, outro destino importante para os produtos japoneses, caíram 3,3%, marcando a primeira queda em sete meses, com o enfraquecimento da demanda por carros e aviões.

Importações e balança comercial

As importações, por sua vez, saltaram 38,6% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, após ganho de 44,7% do mês anterior, impulsionadas pelo aumento dos custos de petróleo, carvão e medicamentos.

As importações agora sobem por oito meses consecutivos, alimentando preocupações de que o recente enfraquecimento do iene e a alta nos preços do petróleo estejam aumentando o custo de vida no Japão.

A balança comercial do Japão registrou déficit pelo segundo mês consecutivo, de 622,8 bilhões de ienes (5,43 bilhões de dólares), com o custo das importações baseado em ienes no maior nível desde novembro de 2018.

Temores de estagflação

Segundo a agência Reuters, os dados podem aumentar preocupações entre autoridades de política econômica que esperam uma recuperação liderada pelas exportações, enquanto a elevação dos custos das importações alimentará temores de estagflação, ou uma combinação de aumento da inflação e estagnação do crescimento.

A leitura estará entre os principais fatores que o Banco do Japão (BOJ) examinará ao divulgar novas projeções trimestrais de crescimento e inflação em sua reunião de política monetária no fim deste mês.

Estimativa de crescimento lento

Espera-se que a terceira maior economia do mundo tenha crescido apenas 0,8% no terceiro trimestre, mostrou uma pesquisa da Reuters, à medida que a escassez de peças e as restrições de fornecimento causadas por fechamentos de fábricas asiáticas interromperam as montadoras.

*Veja a tabela completa na página de relatórios do site do Ministério das Finanças do Japão.


== Mundo-Nipo (MN)

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