ONU insta o mundo a declarar ’emergência climática’

Líderes de todo mundo, exceto do Brasil, anunciaram metas ambiciosas de redução de emissões de gases e planos para frear o desmatamento.
Jovens manifestantes ambientalistas em Toquio pedem acoes de lideres mundiais em elacao A Emegencia Climatica Foto Franck Robichon compressed
©Franck Robichon

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, pediu aos líderes mundiais que declarem estados de “emergência climática”, instando-os a fazer mais para reduzir o CO2 e de emissões de gases de efeito estufa, informou a NHK News, site de notícias da emissora pública NHK.

O chefe da ONU fez o apelo em uma cúpula online que marcou o quinto aniversário da adoção do Acordo de Paris. O acordo visa limitar o aumento da temperatura global a uma média de menos de 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.

Guterres disse que o mundo ainda não está indo na direção certa cinco anos após a adoção do acordo. Ele disse que se o mundo não mudar de curso, pode estar caminhando para um aumento catastrófico de temperatura de mais de três graus neste século.

O chefe da ONU perguntou se alguém ainda pode negar que o mundo está enfrentando uma emergência dramática.

Antonio Guterres Foto Kyodo
Antonio Guterres | Foto: Arquivo/Kyodo

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na cúpula que os 27 países membros da União Europeia concordaram com a meta de reduzir as emissões em pelo menos 55% em comparação com os níveis de 1990 até 2030.

O maior emissor do mundo, a China, também aumentou sua meta. O presidente Xi Jinping disse que seu país reduzirá suas emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB em mais de 65% em relação ao nível de 2005 até 2030, prometendo investir mais em energia renovável.

Metas ambiciosas

Por sua vez, o Japão reiterou seu compromisso , anunciado em outubro passado, de reduzir as emissões de gases do efeito estufa a zero até 2050, pensando em uma sociedade neutra em carbono.

Segundo o site Nikkei Asia, o primeiro-ministro japonês também prometeu que seu país irá neutralizar o uso de automóveis movidos a gasolina até 2030. Além disso, o governo anunciou na semana passada um fundo de US$ 19 bilhões para apoiar projetos “verdes”.

A ONU pediu aos governos que apresentem metas ainda mais ambiciosas antes que uma conferência internacional sobre mudança climática, chamada COP 26, seja realizada no Reino Unido em novembro próximo.

ONU veta o Brasil na Cúpula do Clima

De acordo com o UOL, O evento da ONU foi realizado para marcar os cinco anos do Acordo de Paris sobre o Clima, sem a presença do Brasil, líderes de todo o mundo tomaram a palavra para anunciar metas ambiciosas de redução de CO2 e de emissões de gases de efeito estufa, além de compromissos para frear o desmatamento ou aumentar o financiamento a projetos de mitigação.

Mas em uma cúpula que o tema ambiental estava no centro e que reuniu 77 chefes de estado e governo, um dos resultados indiretos foi o de consolidar a desconfiança da comunidade internacional sobre as intenções do governo de Jair Bolsonaro.

O Brasil, que está no centro das atenções internacionais por conta das queimadas intensas na Amazônia e no Pantanal, além do perceptível descaso com o meio ambiente por parte do ministro da pasta, teve sua participação no evento recusada por não ter apresentado um projeto de redução de emissões suficientemente ambicioso.

Para negociadores na ONU, a decisão de barrar o país não foi simples e foi permeada por um intenso debate político. Mas o gesto confirmou o status brasileiro de pária ambiental.

Pelas regras da cúpula, só ganhariam a palavra países que tivessem um plano ambicioso a ser apresentado. O Itamaraty, nos bastidores, lutou até o último minuto para ser um incluído.

A ONU, no entanto, seguiu com a decisão de vetar o Brasil, afirmando que o projeto apresentado pelo país simplesmente não era considerado como suficiente para ser classificado de “ambicioso”.

Entre negociadores estrangeiros, a decisão de não incluir o Brasil era um sintoma concreto da crise de credibilidade internacional do atual governo e um abalo a sua reputação.

Do Mundo-Nipo (MN)

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