Japão rejeita críticas de Trump à política monetária de Tóquio

Japão afirma que acusação de Trump de manipulação cambial “não tem fundamento”.
Bandeira japonesa e moedas Foto Shutterstock Montage MN
Foto: Shutterstock

O governo japonês rejeitou nesta quarta-feira (1) críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou Tóquio de usar sua política monetária para manipular o câmbio. O porta-voz do governo japonês e secretário-chefe de gabinete, Yoshihide Suga, classificou a acusação como “totalmente sem fundamento” e enfatizou que o país está comprometido a permitir que taxas cambiais sejam determinadas pelo mercado.

A reação veio após Trump acusar ontem Japão e China de manipularem moedas e de sugerir que Tóquio está usando sua política monetária para enfraquecer o iene.

“Olhem o que a China está fazendo. Olhem o que o Japão tem feito ao longo dos anos. Eles mexem com o mercado monetário, determinam a desvalorização monetária e nós ficamos sentados como um bando de parvos”, disse Trump na terça-feira em seu discurso no encontro de executivos da indústria farmacêutica.

A desvalorização da moeda é encarada como um meio de tornar as exportações mais competitivas. Trump disse ainda que outros países estão se aproveitando dos Estados Unidos “com sua massa monetária e desvalorização”.

Segundo observadores, a declaração tinha a intenção aparente de criticar as políticas de afrouxamento monetário do Banco do Japão (BoJ) e do Banco Central Europeu.

Nesta quarta, Suga rebateu as acusações de Trump, afirmando que a política monetária do país não tem a taxa de câmbio como objetivo e que está voltada para alcançar a meta oficial de 2% de inflação, repetindo comentários feitos ontem pelo presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda.

Suga também reiterou o compromisso do Japão com os princípios do grupo dos 20 países mais industrializados (G-20), que estabelecem que seus integrantes não devem se envolver em práticas de desvalorização competitiva ou buscar determinadas taxas de câmbio por questões competitivas.

Tóquio foi pega de surpresa pelas críticas de Trump às políticas cambiais de Japão e China. No último sábado, Trump e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tiveram uma conversa telefônica de 42 minutos que foi descrita como “amigável”. Há ainda  uma reunião entre os dois líderes programada para o dia 10 de fevereiro.

Após os comentários de Trump, o iene saltou para máximas em dois meses em relação ao dólar nos negócios de ontem.

Segundo Suga, as cotações das moedas devem ser determinadas pelo mercado financeiro, com base em fundamentos econômicos.

“Acreditamos ser importante que as taxas de câmbio se mantenham estáveis. Vamos monitorar de perto os acontecimentos no mercado”, afirmou.

Fontes: Jornal Estadão | NHK News Japão.

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