Dólar recua após quatro altas seguidas, mas continua acima de R$3

Nas quatro sessões anteriores, o dólar acumulou alta de 5,44%.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em baixa nesta terça-feira (5), após acumular valorização de mais de 5% em quatro sessões consecutivas de avanços sobre o real, com investidores aproveitando a queda da moeda no exterior para embolsar ganhos. Ainda assim, a cotação segue firme acima de R$ 3,00, diante da leitura de que o Banco Central deve limitar uma desvalorização excessiva da divisa, sinalizando a rolagem parcial do lote de swaps cambiais que vence em junho.

A moeda norte-americana recuou 0,39% e encerrou o dia cotada a R$ 3,0687 na venda, após subir 2,24% na terça-feira, maior avanço percentual diário em mais de um mês. De acordo com a agência Reuters, a moeda atingiu R$ 3,0925 na máxima e R$ 3,0422 na mínima da sessão. Nas quatro sessões anteriores, o dólar acumulou alta de 5,44%.

Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro hoje ficou em torno de R$1,5 bilhão, contra cerca de US$ 730 milhões na segunda-feira.

Hoje a moeda americana subiu frente às principais divisas, depois da divulgação de dados mistos sobre a economia dos EUA. O indicador que mais fez preço nesse caso foi a balança comercial, que registrou em abril déficit de US$ 51,37 bilhões, o maior desde outubro de 2008. O número reforça a preocupação com o impacto do dólar forte sobre as exportações americanas e aumenta a probabilidade de uma postergação da alta dos juros nos Estados Unidos, o que beneficia mercados e moedas emergentes.

Lá fora, a moeda americana recuava 1,28% frente ao dólar australiano, 0,30% diante da lira turca e 0,60% em relação ao peso mexicano.

Nesta terça-feira, o banco BNP Paribas, em relatório, ressaltou que a volatilidade cambial segue alta no Brasil, mas a tendência é que diminua.

O modelo cambial do banco estimou o nível justo do câmbio em R$ 3,016, com base em indicadores econômicos, no balanço de pagamentos e nos termos de troca. Considerando os níveis atuais do dólar, o BNP Paribas não fez recomendações para posições cambiais.

De maneira geral, operadores concordam que o câmbio será guiado nas próximas semanas pelas perspectivas em relação ao ajuste fiscal no Brasil e às políticas monetárias no Brasil e nos EUA. Na quinta-feira será divulgada a ata da reunião do Copom da semana passada, que pode trazer luz sobre o futuro da taxa Selic, enquanto o relatório de emprego nos Estados Unidos –importante dado para balizar apostas sobre o início do aperto monetário nos EUA- será conhecido na sexta-feira.

“Se os dados dos EUA vierem bons, o mercado vai voltar a colocar na conta uma alta de juros daqui a pouco, e aí vem mais uma onda de pressão sobre o dólar”, disse à Reuters o superintendente de câmbio de uma gestora de recursos nacional.

Segundo a agência Valor Online, o dólar pode ganhar ainda com renovadas preocupações do lado político em relação ao ajuste fiscal proposto pela equipe econômica.

Investidores aguardam para hoje a votação das mudanças da Medida Provisória nº 665, que altera as regras para concessão de benefícios trabalhistas, como acesso ao seguro-desemprego. O texto foi aprovado na semana passada pela comissão especial do Congresso e já sofreu alterações que reduzem a economia esperada pela equipe econômica ao “endurecer” os critérios de concessão dos benefícios.

Leilões de contratos de dólar do Banco Central
Nesta terça, o BC vendeu todos os 8.100 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) oferecidos em um leilão de rolagem.

Foram negociados 5.600 swaps com vencimento em 2 de maio de 2016, e outros 2.500 para 1º de novembro de 2016. Até agora, o BC rolou o correspondente a US$ 787 milhões, ou cerca de 8% do lote total, equivalente a US$ 9,656 bilhões.

Na última quarta-feira (30), o BC tinha sinalizado que deve rolar apenas parcialmente o lote de contratos que vencem em junho.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Até março, o BC realizava leilões diários de novos contratos de swap cambial, com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana.

Os investidores, em vez de comprar dólares, ficavam com um papel, que garantia um preço predeterminado mais para a frente. Com a compra de papel no lugar do dólar, a procura pela moeda tendia a cair, e seu preço, também.

Em março, o BC encerrou o programa de intervenções, mas manteve a rolagem dos lotes integrais dos contratos, mês a mês.

(Com informações das agências Valor Online e Reuters)

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