Dólar fecha em queda após encostar em R$ 2,30 na máxima do dia

Apesar da queda, a divisa dos EUA acumula alta de 0,58% na semana.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira (6), com os investidores aproveitando a recente alta para vender a moeda norte-americana e embolsar lucros. Nesta sessão, a moeda chegou a atingir a máxima em quatro meses durante no entradia, encostando em R$ 2,30.

O dólar comercial encerrou o dia com desvalorização de 0,4%, cotado a R$ 2,2736 para venda. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,89% e passado de R$ 2,28 pela primeira vez em dois meses.

Apesar da queda de hoje, a divisa dos EUA acumula alta de 0,58% na semana e, no mês, de 0,16%. No ano, porém, há queda de 3,56%.

Logo após a abertura, a divisa norte-americana atingiu a máxima de R$ 2,2965, cotação mais alta desde 27 de março, quando foi a R$ 2,3005. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,2 bilhão.

As negociações de hoje foi marcada pela agenda fraca de indicadores econômicos nos Estados Unidos e de queda das taxas dos Treasuries. Com isso, os investidores aproveitaram para realizar parte dos lucros, depois da alta recente da moeda americana.

A preocupação com a tensão geopolítica entre a Ucrânia e a Rússia e uma possível antecipação da alta da taxa básica de juros nos Estados Unidos continuam no radar e sustentam a busca por ativos considerados porto seguro, como o iene, que sobe 0,53% frente à moeda americana, conforme destacou o jornal ‘Valor Online’.

“O dólar subiu muito nesses últimos dias, é difícil ter fôlego para subir muito mais nesta sessão. Mesmo assim, a questão da Ucrânia continua preocupando e isso limita o espaço para quedas”, resumiu à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

A Rússia reuniu cerca de 20 mil tropas na fronteira do leste da Ucrânia e pode usar a desculpa de missão humanitária ou de manutenção da paz para enviá-los ao território ucraniano, disse a Otan em comunicado nesta quarta-feira.

A notícia intensifica as preocupações do mercado com a crise entre Kiev e Moscou, que já levou a União Europeia e os Estados Unidos a imporem sanções contra a Rússia. O mercado teme que o impasse se traduza em punições ainda mais duras.

Essas preocupações ajudaram na véspera o dólar a subir quase 1% ante o real, aproximando-se do patamar de R$ 2,30. Investidores já especulavam sobre a possibilidade de o Banco Central brasileiro agir para evitar novas altas, que tendem a pressionar a inflação.

O dólar vinha oscilando entre R$ 2,20 e R$ 2,25 desde o início de abril, com breves exceções, intervalo que agradaria ao BC por não ser inflacionário e não prejudicar as exportações.

Com a cena externa mais pressionada, operadores acreditam que esse piso informal esteja se deslocando para cima, entre R$ 2,25 e R$ 2,30.

Analistas afirmam ter verificado um fluxo mais positivo, com o ingresso de recursos para títulos públicos e também entradas pontuais de exportadores. “Temos visto desde ontem exportador atuando mais fortemente no mercado, acelerando contratação de câmbio e a internalizando dinheiro que está lá fora”, disse ao ‘Valor’ o operador de câmbio de uma corretora. Dados divulgados hoje pelo Banco Central já mostram uma fluxo cambial mais positivo.

Na semana passada houve entrada líquida de US$ 2,951 bilhões, impulsionada pelo ingresso de US$ 2,255 bilhões na conta financeira. Em julho, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,791 bilhão, o pior resultado desde fevereiro, com superávit de US$ 1,617 bilhão na conta comercial e saída líquida de US$ 3,408 bilhões na conta financeira. O resultado foi impactado pelo vencimento da captação externa de um banco e que não foi renovada.

No ano, o fluxo cambial está positivo em US$ 2,418 bilhões, contra saldo positivo de US$ 8,820 bilhões no mesmo período do ano passado. Com o fluxo negativo em julho, os bancos aumentaram a posição vendida em dólar no mercado à vista de US$ 13,746 bilhões em junho para US$ 15,642 bilhões em julho, mês em que o BC recomprou o equivalente a US$ 4,751 bilhões referente a linhas de dólar com compromisso de recompra.

Intervenções do Banco Central no câmbio
Pela manhã, a autoridade monetária deu continuidade às suas intervenções diárias e vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1,5 mil contratos para 1º de junho de 2015 e 2,5 mil contratos para 2 de fevereiro de 2015, com volume correspondente a US$ 198,6 milhões.

O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em setembro. Ao todo, o BC já rolou cerca de 12% do lote total, que corresponde a US$ 10,070 bilhões.

As informações das cotações de fechamento são fornecidas pelo Portal Financeiro Investing.com Brasil.

 


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