Japão indicia Nissan e prorroga prisão provisória de Ghosn

A Nissan foi indiciada por adulterações em relatórios, enquanto Ghosn ficará mais tempo preso no Japão.
Sede da Nissan Foto Creative Commons min
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A Justiça do Japão indiciou a companhia Nissan e acusou oficialmente o executivo brasileiro Carlos Ghosn de má conduta. Ele está preso há três semanas, em Tóquio, por ocultar parte de sua renda durante cinco anos. Ghosn continuará em prisão provisória, mas prorrogada.

A Promotoria decidiu acusar o presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors por não ter declarado às autoridades da Bolsa quase 5 bilhões de ienes (38 milhões de euros) de seus rendimentos durante um período de cinco anos, entre 2010 e 2015.

Seu braço direito, Greg Kelly, detido no mesmo dia que o executivo, também foi acusado.

Além de omitir o total do que ganhavam, eles também não declararam o que ganhariam futuramente. O órgão que fiscaliza operações financeiras no Japão diz que isso viola a lei.

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A defesa deles afirma que se trata de uma compensação que eles só receberiam depois que se aposentassem e como os valores ainda não tinham sido fixados, não havia necessidade de declarar.

A acusação se refere ao período de 2011 a 2015. A prisão temporária deveria terminar nesta segunda-feira (10), mas os promotores acrescentaram um novo inquérito, pelos últimos três anos. Agora, Ghosn e Kelly devem permanecer presos para interrogatório até o fim do ano.

A novidade na decisão desta segunda (10) foi a inclusão da Nissan nas investigações. A Justiça japonesa encontrou indícios de adulterações em relatórios da empresa e o novo presidente da montadora, o japonês Hiroto Saikawa, foi chamado para prestar esclarecimentos.

Saikawa e Ghosn divergiam sobre os rumos do grupo. O brasileiro era a favor de uma fusão entre Nissan e Renault. O japonês, contrário. Há quem suspeite que Ghosn pretendia afastar Saikawa do Conselho de Administração, insatisfeito com queda nas vendas nos Estados Unidos e problemas técnicos em alguns automóveis fabricados no Japão.

O caso tem provocado quedas nas ações das montadoras e mobilizados os governos, especialmente da França e do Japão. Nesta segunda, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse que tem conversado com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a necessidade de uma colaboração estável entre as empresas.

Fontes:  Estadão Conteúdo | Portal G1.

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