Dólar renova máxima em quase 11 anos e fecha acima de R$ 3,16

A moeda dos EUA avançou mais de 1% e fechou no maior valor desde junho de 2004.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em alta de mais de 1% nesta quinta-feira (12), e voltou a renovar as máximas em quase onze anos, ainda refletindo as persistentes preocupações políticas e econômicas no Brasil.

A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 1,08%, cotada a R$ 3,1615 na venda, revertendo uma tendência de queda após chegar a R$ 3,0764 na mínima da sessão. É o maior valor de fechamento desde 14 de junho de 2004, quando valia R$ 3,168. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro manteve a média, ficando em torno de US$ 1,6 bilhão.

“De maneira geral, o dólar está no meio de um processo de mudança de patamar, em uma trajetória de alta firme. Dá para imaginar um alívio pontual, não uma recuperação consistente”, explicou à Reuters o economista-chefe da INVX Global Asset Management, Eduardo Velho.

O movimento contrastou com a queda do dólar nos mercados externos, que refletia a expectativa de que a manutenção de juros mais baixos nos EUA sustente a atratividade de papéis de outros países. Essa perspectiva ganhou mais força nesta manhã após dados fracos sobre as vendas no varejo norte-americano.

Globalmente, “o dólar está se enfraquecendo hoje enquanto agentes do mercado consideram o risco de que a força recente do dólar desacelere o ritmo das altas de juros (nos EUA)”, escreveram os analistas do Scotiabank Eric Theoret e Camilla Sutton em nota a clientes.

Mas investidores continuaram apreensivos no mercado brasileiro, em meio a temores de que a resistência política à presidente Dilma Rousseff dificulte ainda mais o ajuste fiscal. Dúvidas sobre o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcado para durar até pelo menos o fim deste mês, também sustentaram as preocupações.

Incertezas sobre o programa de intervenções do Banco Central no câmbio
Na véspera, a incerteza sobre a atuação do BC ganhou mais corpo após o Tesouro aceitar, em leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-Bs, títulos corrigidos pela inflação oficial), ofertas de Notas do Tesouro Nacional – Série A3 (papéis indexados à variação cambial).

A operação ajudou a elevar o dólar na sessão passada, uma vez que os investidores que detinham esses papéis foram ao mercado para cobrir sua exposição. Além disso, o leilão deu força à percepção de que o governo entende que o dólar não deve parar de subir tão cedo.

“Se o governo achar que o dólar pode subir mais, é melhor pagar a variação cambial de agora do que a que pode vir”, explicou o operador de papéis de uma corretora nacional. Essa percepção, por sua vez, reforçou as expectativas de que o BC pode não estender seu programa de intervenções diárias.

“Antes, você tinha o BC segurando o câmbio aos trancos e barrancos. Agora, indicou que vai deixar o dólar ir aonde for necessário pra equilibar a economia”, acrescentou.

O BC vendeu a oferta total de swaps cambiais pelo leilão diário desta manhã, colocando o equivalente a US$ 98 milhões no mercado. Foram vendidos 1.400 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 600 para 1º de março de 2016.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 32% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 de dólares.

(Com informações da agência Reuters)

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