Escândalo de siderúrgica no Japão pode ter dimensão mundial

São mais de 200 empresas enganadas pela falsificação de dados da Kobe Steel.
Hiroya Kawasaki CEO da Kobe Steel Foto Reproducao Reuters
Hiroya Kawasaki, CEO da Kobe Steel (Foto: Reprodução/Reuters

O escândalo sobre a manipulação de dados técnicos de produtos da Kobe Steel, terceiro maior fabricante de aço no Japão, pode ter dimensão mundial, segundo o próprio CEO e presidente da Kobe Steel, Hiroya Kawasaki.

Na última terça-feira (10), a siderúrgica japonesa revelou que durante anos falsificou informações sobre a qualidade dos seus produtos para corresponder às exigências dos seus clientes. Achava-se, inicialmente, que esta prática fraudulenta estaria circunscrita ao Japão, onde o grupo opera, mas parece que a manipulação dos dados se estende a produtos vendidos fora do Japão.

Em conferência de imprensa concedida nesta quinta-feira (12), Hiroya Kawasaki assumiu ainda que “o grau de credibilidade da Kobe Steel está no nível zero” e que a empresa “vai fazer esforços para recuperar a sua credibilidade o mais depressa possível”.

“A empresa encontrou possíveis casos adicionais de adulteração, inclusive em operações no exterior”, ”, disse o CEO.

Até o momento, contabilizam-se mais de 200 as empresas enganadas pela falsificação de documentos da Steel Group. Entre elas estão, por exemplo, a Toyota, Mitsubishi ou a Subaru.

A agência de notícias ‘Reuters’ acrescenta, no entanto, que na lista de “lesados” estão também fabricantes de aeronaves e de trens.

Isso quer dize que “o escândalo penetrou mais profundamente nos cantos mais sagrados da indústria japonesa, já que os icônicos trens-bala foram encontrados com peças de baixo custo fornecidas pelo fraudulento fabricante de aço”.

Embora não representem riscos para a segurança, os componentes de alumínio que ligam as rodas aos vagões de trem falharam nos padrões da indústria japonesa, de acordo com a Central Japan Railway Co., que opera os trens de alta velocidade entre Tóquio e Osaka.

No dia da revelação do escândalo, a siderúrgica japonesa garantia que “nenhum dos produtos vendidos ao cliente final estaria afetado”. No entanto, ao confirmar a dimensão do caso, a realidade pode não ser essa.

Mediante isso, o ministério japonês da Economia ordenou ontem que a empresa faça uma vistoria completa do material que vendeu e a quem vendeu para apurar os níveis de segurança dos produtos finais que usam os complementos fabricados pela Kobe Steel.

Feita a análise, os resultados terão de ser reportados detalhadamente ao governo do Japão.

De certo, os materiais vendidos não serão devolvidos pelos clientes à empresa, em vista que, a maioria, já teve seu destino nas fábricas. Contudo, a Kobe Steel não irá vender mais ferramentas da indústria até que o caso fique concluído.

Do Mundo-Nipo
Fontes: BusinessDay | Agência Reuters.

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