Após acordo da Grécia com credores, dólar tem 2ª queda seguida e fecha a R$ 3,13

Após forte queda na sexta-feira, o dólar acumula perdas de 3,24% ante o real em duas sessões.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em queda de quase 1% ante o real nesta segunda-feira (13), após operar em alta boa parte do dia, um movimento que refletiu o acordo entre a Grécia e seus credores internacionais, o que pode manter o país dentro da zona do euro. A tarde, no entanto, o movimento de alta mudou de rumo após vendas concentradas, com exportadores aproveitando o patamar elevado da divisa norte-americana.

Ao final das negociações de hoje, o dólar estava cotado a R$ 3,1308 na venda, com desvalorização de 0,96%, após forte recuo de 2,30% na sessão anterior. Com o resultado, a moeda dos EUA acumula queda de 3,24% nas últimas duas sessões.

Apesar da forte queda na sexta-feira, antecipando um acordo de líderes da zona do euro sobre a Grécia, a moeda norte-americana ainda acumulava alta de 1,7% neste mês até a sessão passada, rondando as máximas em três meses, o que abriu espaço para vendas de dólares, segundo operadores, consultados pela agência Reuters.

Na primeira metade do pregão, o dólar chegou a subir 0,60%, negociado a R$ 3,1800 na máxima da sessão, com os investidores recebendo bem o acordo sobre novo resgate para a Grécia, mas ponderando que os problemas entre Atenas e seus credores ainda não foram completamente resolvidos, de acordo com a Reuters.

Líderes da zona do euro chegaram a um acordo que fará a Grécia ceder grande parte de sua soberania à supervisão externa em troca de resgate de 86 bilhões de euros, que manterá o país dentro do bloco monetário. Mas o documento ainda é sujeito a aprovação parlamentar e o resgate só acontecerá se o premiê Alexis Tsipras implementar diversas reformas impopulares dentro de um cronograma apertado.

Alguns operadores afirmaram que o acordo aumentou a probabilidade de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, eleve os juros neste ano, o que pode atrair para os EUA recursos aplicados em países como o Brasil.

O mercado interno também se concentrou em possíveis mudanças nas metas fiscais do governo brasileiro, especialmente levando em conta que nesta quarta-feira a agência de classificação de risco Moody’s dá início a visita ao país.

A expectativa do mercado é que a Moody’s rebaixe o Brasil em um degrau, a “Baa3”, última classificação dentro do grau de investimento e em linha com a Standard & Poor’s e a Fitch.

Mas investidores temem que a agência também atribua perspectiva negativa à nota. Segundo analistas consultados pela Reuters, esse cenário seria mais provável se o governo reduzir o objetivo fiscal para o ano que vem, enquanto uma piora na meta para este ano já é esperada pelos agentes econômicos.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta segunda-feira que manter a meta para este ano é uma “hipótese factível”, mas que o governo tem avaliado o cenário fiscal e vai se pronunciar sobre assuntos fiscais na próxima semana.

Atuação do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares). Com isso, repôs ao todo o equivalente a US$ 2,455 bilhões, ou cerca de 23% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

(Com informações da agência Reuters e do Jornal Folha de S.Paulo)

*Mundo-Nipo. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita do Mundo-Nipo.com. Para maiores esclarecimentos, leia a Restrição de uso.

Total
0
Shares

Deixe uma resposta

Previous Article

‘Japão deve manter remorsos pelo passado militarista’, diz Hayao Miyazaki

Next Article
Festival das Dalias Foto Divulgacao Grinpa Park

Parque aos pés do Monte Fuji promove o Festival das Dálias

Related Posts