Dólar interrompe sequência de três altas e fecha em forte queda

O dólar anulou a alta alcançada ontem, quando subiu 1,74% ante o real.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar interrompeu uma série de três altas consecutivas e fechou em queda de quase 2% ante o real nesta terça-feira (14), acompanhando o movimento visto no cenário externo, onde dados ainda mostram uma recuperação lenta da economia norte-americana.

A moeda norte-americana encerrou a sessão de hoje com desvalorização de 1,97%, cotada a R$ 3,063 na venda, após subir 1,74% na véspera. Com o resultado, a divisa acumula queda de 4% em abril. No ano, porém, há valorização 15,2% ante o real.

Segundo dados da BM&FBovespa, o movimento financeiro foi fraco, em torno de US$ 988 milhões, contra US$ 1,2 bilhão observados na segunda-feira.

Segundo a agência de notícia Reuters, o movimento do dólar hoje no Brasil acompanhou o movimento visto no cenário externo, afetado pela divulgação de dados sobre a economia dos Estados Unidos. As vendas do varejo no país subiram 0,9% em março. O resultado, o melhor em um ano, interrompeu três meses seguidos de queda. No entanto, o dado ficou um pouco abaixo do esperado pelo mercado.

Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a sua projeção para o crescimento da economia norte-americana este ano e para 2016, ao mesmo tempo em que manteve a estimativa para a expansão global em 2015 e elevou a previsão para 2016.

Os dados desta terça reforçam a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode esperar um pouco mais para começar a normalização da política monetária nos EUA.

No cenário interno, a queda do dólar também foi influenciada, em menor escala, pelo otimismo após a definição de data para divulgação do balanço da Petrobras. Na segunda-feira (13), após o fechamento do mercado, a petroleira informou que o seu conselho de administração vai se reunir no dia 22 deste mês para avaliar e submeter a aprovação o balanço referente a 2014.

Investidores esperam que o balanço inclua o cálculo das perdas relativas ao esquema de corrupção investigado na operação Lava Jato. De acordo com reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, a consultoria independente PwC, que vinha se recusando a assinar o balanço, já está auditando os números.

‘Valorização do dólar é fenômeno global’, diz Tombini
Segundo noticiou mais cedo o portal de noticiou G1, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça que a “valorização do dólar é um fenômeno global” e que o atual patamar “mais depreciado” do real contribui para a redução do déficit em transações correntes.

“O fortalecimento do dólar tem ocorrido em relação a várias moedas, alcançando o maior patamar dos últimos 12 anos”, disse o presidente do BC, citando que em relação à cesta das outras 6 principais moedas, a divisa dos Estados Unidos valorizou-se 25% nos últimos 12 meses, além de uma valorização de superior a 23% frente ao euro.

Tombini disse ainda que avanços já são observados na política de combate à inflação, mas ainda não são suficientes para garantir a convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%, até dezembro de 2016, como tem defendido a instituição.

“Os avanços alcançados no combate à inflação, a exemplo de sinais favoráveis vindos de indicadores de expectativa de médio e longo prazo, contudo, ainda não se mostram suficientes. Diante disso, faz-se necessário manter a política monetária vigilante”, afirmou o presidente do BC.

Atuações do Banco Central
O Banco Central realizou mais um leilão para rolar contratos antigos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 4 de maio. Foram vendidos 10,6 mil contratos: 9.400 para 1º de março de 2016 e os outros 1.200 com vencimento em 3 de outubro do ano que vem.

A operação movimentou o equivalente a US$ 517,6 milhões. Até o momento, o BC rolou US$ 4,621 bilhões, ou o equivalente a cerca de 45% do lote total com vencimento em maio, correspondente a US$ 10,115 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana. Não há mais negociação de novos contratos desde março.

Fontes: Agência Reuters | Portal G1 | Jornal Folha de S.Paulo.

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