Encomendas de máquinas crescem e reaquecem economia do Japão

Crescimento acentuado foi impulsionado pela industrial naval e forte demanda por trem.
Maquinas trabalhando em obras no Japao Foto Stockvalt
Foto: Stockvalt

As principais encomendas de máquinas do setor privado do Japão cresceram em um ritmo muito acima do esperado em julho, saltando 8% em relação ao mês anterior e marcando a primeira alta em quatro meses, de acordo com dados sazonalmente ajustados e divulgados esta semana pelo governo do país, indicando que o setor foi impulsionado pela recuperação da indústria naval e forte demanda por trem, o que reaqueceu a economia do país a partir de julho.

O resultado veio muito acima da previsão mediana de mercado, que projetavam um aumento muito menor, de 4,4% no sétimo mês do ano. Além disso, foi o primeiro aumento nas encomendas em quatro meses e ocorre após recuo de 1,9% em junho.

O núcleo das encomendas de máquinas, que excluem os pedidos das empresas de energia elétrica e do setor naval por causa da volatilidade, totalizou 853,3 bilhões de ienes em julho, informou na terça-feira (12) o Escritório do Gabinete Japonês.

Os dados das encomendas de máquinas são considerados um indicador de gastos de capital, mas tendem a oscilar. Por isso, mesmo registrando forte crescimento de 8%, o maior do setor desde janeiro de 2016, o governo manteve sua avaliação dos últimos quatro meses, de que “a recuperação das encomendas de máquinas está paralisada”.

“Embora as encomendas tenham aumentado acentuadamente, sua média móvel nos últimos três meses conseguiu entrar em um território positivo somente agora, por isso mantivemos a avaliação intacta”, disse um funcionário do Gabinete.

No período em análise e na mesma base de comparação, as encomendas do setor de manufatura aumentaram 2,9%, para 355,7 bilhões de ienes, impulsionadas pelo crescimento na construção naval e pela forte demanda por metal não-ferroso, largamente empregado nas indústrias ferroviária, naval, aeronáutica, mecânica, entre outros, devido a sua resistência à corrosão.

Já as encomendas de empresas não manufatureiras, como as relacionadas com construção e serviços (excluindo os fornecedores de energia e do setor naval), aumentaram 4,8%, para 472,3 bilhões de ienes. Segundo o relatório, o crescimento nesse setor foi potencializado por uma maior demanda por trens.

A demanda no exterior por máquinas japonesas, um indicador de exportações futuras, subiu 9,1 %, alavancando ganhos para 995,9 bilhões de ienes.

Por fim, o total das encomendas, incluindo as do setor público doméstico e no exterior, cresceu 4,9%, para 2,38 trilhões de ienes.

Por outro lado, o núcleo das encomendas de máquinas retrocedeu 7,5 %, na comparação anual, queda maior que a registrada em junho, quando sofreu retração de 5,2% em termos anualizados. O mercado esperava recuo de 7,3% em julho em relação ao ano anterior.

Com base em valores revistos com ajuste sazonal, o governo agora projeta que as encomendas no trimestre atual, que corresponde aos meses de julho a setembro, um crescimento de 7% em relação ao trimestre anterior.

Caso a estimativa de crescimento for concretizada, será a primeira alta após dois trimestres consecutivos de retração no setor.

O índice das encomendas de máquinas é amplamente considerado como um dos principais indicadores futuros para as despesas de capital (investimentos das empresas para aquisição de maquinários e outros bens).

Contudo, dados recentes mostraram que as despesas de capital cresceram 0,5% no trimestre de abril a junho, revisadas bem para baixo em relação ao aumento inicial de 2,4%.

Fontes: Agência Kyodo | Jornal Nikkei.

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