Japão suspende verba à Unesco

Acredita-se que a “inadimplência” ocorre por conta da inclusão do massacre de Nanquim ao Registro da Memória do Mundo.
Sede da Unesco Foto Aflo Images
Foto: Aflo Images

O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Fumio Kishida, anunciou nesta sexta-feira (14) que o governo japonês ainda não efetuou a contribuição financeira deste ano à Unesco (Agência Cultural das Nações Unidas). A declaração de Kishida ocorre um ano após o Japão pedir à Organização das Nações Unidas (ONU) a melhorar o seu programa de Registro da Memória do Mundo, no qual o organismo incluiu os documentos do massacre de Nanquim.

Japão é um dos maiores contribuintes da Unesco, fornecendo uma ajuda anual de 4,4 bilhões de ienes, aproximadamente US$ 42,2 milhões na cotação atual. O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe acusa a instituição de ter adotado uma decisão política que seria contrária à neutralidade que deveria basear suas resoluções.

Kishida, no entanto, negou qualquer relação direta com o tema, mas disse que “o governo fará uma decisão abrangente sobre a questão do pagamento”. Segundo a emissora pública ‘NHK’, a referida verba é comumente repassada anualmente à Unesco por volta do mês de maio.

O secretário-chefe do gabinete e ministro porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, criticou em outubro do ano passado a decisão da Unesco de incluir, no registro, documentos sobre o “incidente de Nanquim de 1937, submetidos pela China”.

Na época, Suga disse que “o programa não deveria ser usado para fins políticos”, sugerindo, ainda, que o governo deveria considerar respostas, incluindo uma possível suspensão das contribuições para a agência.

Os documentos citam que mais de 300.000 chineses foram mortos após a entrada do então Exército Imperial Japonês em Nanquim, no ano de 1937. A tomada da cidade, então capital da República da China, é comumente referida pela imprensa internacional como o “Massacre de Nanquim”. Isso porque a história cita assassinatos, estupros e saques por parte das tropas japonesas.

“O governo do Japão “reconhece que muitos não combatentes foram mortos”, porém, afirma que “é difícil determinar o número” exato de vítimas, segundo a agência de notícias ‘NHK’.

Fontes: Agência Kyodo | NHK News Japan.

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