Homem que matou 19 pessoas deficientes é condenado à morte no Japão

O condenado esfaqueou 45 pacientes em uma casa de cuidado para deficientes mentais em Sagamihara. O ataque deixou 19 mortos e 26 feridos.
Satoshi Uematsu Foto Mainichi
Satoshi Uematsu | Foto: Arquivo/Mainichi

Um tribunal distrital no Japão condenou, nesta segunda-feira (16), à morte um homem que matou 19 pessoas com deficiência intelectual em uma casa de tratamento na cidade de Sagamihara, em Kanagawa, no leste do Japão, em 2016.

Satoshi Uematsu foi considerado culpado por homicídio e outras acusações. Em suas declarações de sentença, o juiz Kiyoshi Aonuma descreveu os assassinatos como “crimes extremamente graves”.

Tribunal Distrital de Yokohama Foto Distribuição
Juiz Kiyoshi Aonuma (C) | Foto: Distribuição do Tribunal Distrital de Yokohama

Os advogados de Uematsu sustentaram que ele era inocente e não poderia ser responsabilizado pelos assassinatos por causa de um distúrbio mental causado pelo uso prolongado de maconha.

Durante o julgamento, Uematsu admitiu que tinha como alvo as vítimas deficientes mentais porque achava que poderia matá-las facilmente. Ele disse que pessoas com deficiências graves não têm meios de comunicação e, portanto, “não merecem ter direitos humanos”.

Os promotores pediram a pena de morte. O juiz decidiu que Uematsu poderia ser responsabilizado criminalmente.

O julgamento

O julgamento começou no começo deste ano e o homem não desmentiu que atacou as vítimas, ainda que os advogados de defesa alegassem que ele era doente. A base da argumentação era que Uematsu tinha problemas mentais e havia usado maconha em excesso durante o ataque em massa.

“Ele estava em uma condição na qual ele não tinha capacidade de ser responsabilizado ou tal capacidade foi significativamente reduzida”, disse a defesa.

De fato, havia resquícios de maconha no sangue do acusado depois do ataque.

Ainda assim, a acusação argumentou que o homem estava mentalmente competente e que o ataque foi “desumano”.

O crime abriu um debate sobre como o Japão trata pessoas com deficiência e a maioria das famílias das vítimas não revelou a identidade das vítimas, já que não queriam admitir publicamente que tinham parentes portadores de deficiência.

O crime
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Satoshi Uematsu | Foto: Arquivo/Mainichi

No dia 25 de julho de 2016, Satoshi Uematsu invadiu a casa de cuidados para deficientes mentais, Tsukui Yamayuri-en, e esfaqueou 45 pessoas com idade entre 19 e 70 anos. Do total de vítimas, 19 morreram e 26 ficaram feridas.

Segundo a Kyodo News, Uematsu era ex-funcionário do centro de saúde. Ele tinha 26 anos quando cometeu os crimes.

Invasão à clínica

No dia do “massacre”, Uematsu conseguiu quebrar as janelas da clínica com um martelo para ter acesso ao centro, onde havia 160 internos. De acordo com a emissora NHK, praticamente todos os pacientes que morreram foram atacados enquanto dormiam.

Casa psiquiátrica Tsukui Yamayuri en em 25 de julho de 2016 Foto Kyodo
Vista aérea da casa psiquiátrica Tsukui Yamayuri-en em 25 de julho de 2016 | Foto: Arquivo/Kyodo

Segundo a polícia, ele carregava um grande número de armas brancas afiadas em sua mochila, e muitas delas estavam manchadas de sangue’.

O estabelecimento, conhecido como Tsukui Yamayuri-en, é integrado por dois prédios principais, além de um ginásio e uma piscina, e abriga pacientes com idade entre 17 e 75 anos.

SAIBA MAIS
Sobe para 19 o número de mortos em ataque a centro de deficientes no Japão
Homem invade clínica no Japão e mata 15 pacientes

Mundo-Nipo (MN)
Fontes: Kyodo News | NHK News.

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