Postagem falsa sobre leão solto após terremoto gera pânico em Kumamoto

Publicada no Twitter, a falsa postagem foi compartilhada por centenas de pessoas, gerando pânico entre aqueles que acreditaram…
Falsa portagem de leão andando solto em kumamoto Foto Reproducao Twitter

Como se não bastasse a tragédia de ser atingida por dois grandes terremotos em menos 48 horas, o que matou dezenas de pessoas e feriu centenas, a província de Kumamoto, no sul do Japão, enfrenta agora brincadeiras de mau gosto e falta de respeito com a população, que ficou em pânico após uma falsa postagem afirmar que um leão andava solto nas ruas da cidade depois de fugir de um zoológico local que teria sido atingido pelos tremores.

A postagem falsa teve início na última quinta-feira, quando a província de Kumamoto foi atingida pelo primeiro forte terremoto, de magnitude 6,4 e grau máximo de 7 na escala japonesa.

Segundo a revista online ‘Alternativa.jp’, um internauta teria postado no Twitter que um leão havia fugido de um zoológico próximo onde ele reside. “Ei, não brinquem! Por causa deste terremoto o leão do zoológico perto da minha casa em Kumamoto fugiu”, disse ele na postagem, que foi publicada junto com a imagem de um leão solto na rua em uma tentativa de levar credibilidade ao rumor.

Contudo, poucos deram atenção a uma inscrição discreta em idioma estrangeiro informando o local onde foi tirada a foto, ou seja, em uma cidade de um país que não era o Japão.

Esse detalhe passou despercebido e em pouco tempo centenas de pessoas começaram a compartilhar a publicação, gerando pânico entre aqueles que acreditaram. ‘Alternativa.jp’, algumas pessoas criticavam a postagem, enquanto outras tentavam alertar os internautas de que não passava de uma brincadeira de péssimo gosto e, principalmente, desrespeito com o sofrimento da população de Kumamoto, que continua sendo atingida a todo momento por terremotos secundários.

Ainda de acordo com a ‘Alternativa.jp’, o primeiro rumor já foi deletado do Twitter, mas outro surgiu para causar confusão e medo aos moradores da região. Segundo a publicação da revista japonesa, alguém teria publicado outra brincadeira sem noção, na qual afirma que um norte-coreano aproveitou o momento para jogar veneno nas fontes de água potável da cidade.

Segundo uma matéria do jornal ‘Sankei’, este rumor pode ter sido inspirado em outra mentira semelhante que foi espalhada em 1923, após o Grande Terremoto de Kanto.

O jornal japonês alertou para os riscos desses rumores, que podem provocar uma tragédia ainda maior nas regiões afetadas pelo desastre natural, conforme noticiou a ‘Alternativa.jp’.

Terremotos no sul do Japão
Dois grandes terremotos e mais de uma centena de tremores secundários registrados desde a quinta-feira (14) no sul do Japão, mais precisamente na província de Kumamoto, fez ao menos 40 mortos, enquanto as autoridades temem novos deslizamentos e um número maior de vítimas em razão das dezenas de pessoas que seguem soterradas e que ainda podem estar vivas, de acordo com a imprensa japonesa.

O terremoto mais potente ocorreu na madrugada de sábado (data local), o que provocou uma gigantesca avalanche de lama e pedras que soterrou casas e cortou uma autoestrada.

De acordo com a agência de notícias ‘Kyodo’, autoridades locais informaram que cerca de mil pessoas ficaram feridas, 184 delas com gravidade. Mediante a isso, o governo central enviou 25.000 soldados e 1.000 socorristas para ajudar nos trabalhos de resgate.

A Agência Meteorológica do Japão (JMA) prevê fortes chuvas durante o fim de semana e alertou para a possibilidade de novos deslizamentos de terra em um solo enfraquecido pelos tremores.

A localidade de Misato aconselhou cerca de 10.000 habitantes a deixar a zona por precaução, segundo a rede de televisão NHK.

Na cidade de Mashiki, a mais atingida por ser um dos epicentros dos tremores, dezenas de casas, muitas delas velhas e de madeira, ficaram total, ou parcialmente, destruídas.

No geral, cerca de 44.000 pessoas precisaram se refugiar em centros públicos e abrigos temporários, onde receberam arroz e água potável.

Uma ponte de 200 metros desabou, um castelo e um santuário milenar foram extremamente afetados e várias estradas foram marcadas por fissuras, enquanto algumas estão bloqueadas por deslizamento de terra.

Além disso, ao menos 15.000 lares ficaram sem eletricidade, e também houve cortes no abastecimento de gás e água. A companhia que alimenta a região, Kyushu Electric Power, afirmou que não foi detectada nenhuma anomalia na central nuclear de Sendai, onde se encontram os dois únicos reatores em serviço no Japão.

As demais instalações nucleares da região, ou seja, as de Ehime e Genkai, não foram afetadas, segundo as companhias operadoras.

Como se não bastasse, especialistas acreditam que mais um terremoto de grande proporção pode atingir em breve a já sofrida província de Kumamoto, uma vez que Mashiki, local dos epicentros em Kumamoto, está localizada sobre as falhas geológicas denominadas “Futagawa e Hinagu”.

A falha Futagawa se estende por mais de 64 km sob Minamiaso até a ponta da Península Uto, via Mashiki, enquanto a falha Hinagu percorre por cerca de 81 km entre o sul de Mashiki até o Mar Yatsushiro.

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