Após dia instável, dólar sobe e volta a fechar acima de R$ 3

Investidores aguardam com cautela decisão do BC dos EUA sobre juros.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar avançou sobre o real pelo segundo pregão e voltou a fechar acima de R$ 3 nesta segunda-feira (18), após oscilar entre leves altas e baixas em boa parte da sessão, pressionado pela renovada alta dos rendimentos dos títulos públicos dos Estados Unidos e por expectativas de que o Banco Central brasileiro aproveite o alívio recente da moeda americana para reduzir sua intervenção no câmbio.

A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,68%, cotada a R$ 3,0184 na venda, após fechar abaixo de R$ 3 nas duas sessões anteriores. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 917 milhões.

O clima na sessão de hoje era de cautela, com os investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, na quarta-feira, e o possível anúncio do contingenciamento no Orçamento do Brasil, que deve ajudar os esforços fiscais do governo.

“A economia dos Estados Unidos provavelmente não está tão fraca quanto as estimativas atuais sugerem”, apontou um documento publicado nesta segunda-feira pelo Federal Reserve de São Francisco. Essa avaliação fez com que os investidores apostassem em um aumento da taxa de juros mais cedo do que o esperado.

Quando os Estados Unidos subirem os juros, operadores acreditam que haverá uma migração de recursos que hoje estão em países emergentes, como o Brasil, para o mercado norte-americano.

Cenário interno
No Brasil, o foco seguia voltado para o noticiário fiscal, após a presidente Dilma Rousseff se reunir com sua equipe econômica no domingo para discutir os termos do contingenciamento a ser anunciado para auxiliar no esforço fiscal do governo.

Além disso, a queda recente do dólar tem levado alguns investidores a especularem que o BC brasileiro poderia aproveitar a oportunidade para reduzir sua posição em swaps cambiais (equivalente à venda futura de dólares), possivelmente limitando mais quedas da divisa.

“O mercado está olhando de perto o nível de R$ 3. Vai ser difícil furar”, afirmou o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca, à agência de notícias Reuters.

Leilões do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em junho, com oferta de até 8,1 mil contratos.

Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 4,331 bilhões, ou cerca de 45% do lote total dos contratos que vencem em junho, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

(Com informações da Agências Reuters e da Folha de S.Paulo)

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