Dólar recua e fecha abaixo de R$ 3,90, mas encerra semana em alta

Cortes de juros na China e preocupações com o cenário político e econômico brasileiro levaram o dólar ao segundo recuo seguido.

O dólar fechou em baixa frente ao real nesta sexta-feira (23), mas encerrou em alta no acumulado da semana, seguindo o recuo da moeda americana no exterior, após o banco central da China cortar as taxas de juros e refletindo perspectivas de entrada de recursos com a lei de repatriação de bens no mercado local, onde investidores continuavam preocupados com o cenário político e econômico brasileiro.

Ao termino da última sessão da semana, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 3,8906, recuo de 0,43%. Na mínima da sessão, chegou a R$ 3,8664 e, na máxima, bateu R$ 3,9319.

Apesar do segundo recuo consecutivo, o dólar encerra a semana com alta de 0,44%. No mês, acumula queda de 1,89% e, no ano, valorização de 46,33%.

Contexto internacional
No cenário externo, o clima era de otimismo. O Banco Central da China anunciou nesta sexta-feira um corte na taxa de referência para empréstimos de 1 ano em 0,25 ponto percentual, de 4,60% para 4,35%, bem como em 0,5 ponto percentual as exigências referentes a depósitos compulsórios dos bancos centrais – é a sexta vez que o BC chinês corta as taxas de juros desde novembro.

A medida foi anunciada um dia depois do Banco Central Europeu (BCE) ter sinalizado que pode cortar a taxa básica de juros. Segundo o economista da 4Cast Pedro Tuesta, além de favorecer mercados emergentes por si só, os cortes são evidência de fraqueza na China e podem levar o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) a manter os juros perto de zero por mais tempo.

Investidores especulam quando os juros irão subir nos EUA. Uma alta poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em mercados como o Brasil.

Cenário nacional
Investidores continuavam preocupados com o cenário político e econômico brasileiro. O governo deve enviar ao Congresso uma previsão de rombo de R$ 70 bilhões neste ano, afirmou uma fonte à agência de notícias “Reuters”. O anúncio era esperado para acontecer nesta sexta-feira, mas foi adiado para a próxima semana.

Dados divulgados nesta sexta mostraram que a arrecadação do governo em setembro foi a menor para o mês desde 2010. Investidores temem que o rombo nas contas públicas possa levar o Brasil a perder seu selo de bom pagador com outras agências, além da Standard & Poor’s. Isso poderia causar uma fuga de investimentos do país.

Os investidores também acompanham a discussão sobre o projeto de repatriação de bens, que pode render até R$ 150 bilhões para o governo, conforme noticiou o “Valor Econômico”. A proposta aprovada ontem pela comissão especial da Câmara dos Deputados, que altera projeto enviado pelo governo para regularizar dinheiro e imóveis de brasileiros no exterior e não declarados à Receita Federal e ao Banco Central, prevê uma cobrança de 30% para os brasileiros que regularizarem sua situação junto ao Fisco.

A taxa de câmbio que será utilizada para calcular o valor da multa será a cotação do último dia de dezembro de 2014. O texto aprovado pode ser votado em plenário na próxima terça-feira, 27 de outubro.

Atuações do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos.

Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 8,193 bilhões, ou cerca de 80% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.

Fontes: Agência Reuters | Valor Econômico | UOL Economia.

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