Dólar sobe quase 2% ante real e fecha no maior valor em 12 anos

O dólar fechou a R$ 3,55, após atingir R$ 3,58 na máxima da sessão. A moeda já subiu 3,73% no mês e mais de 33% no ano.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar disparou nesta segunda-feira (24) e fechou na maior cotação em mais de 12 anos, refletindo preocupações com a desaceleração da economia chinesa, o que trouxe uma intensa aversão ao risco nos mercados globais após as bolsas da China fechar novamente com fortes quedas nesta manhã.

A moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 1,62%, cotada a R$ 3,5525 na venda, maior valor de fechamento desde 5 de março de 2003, quando chegou a valer R$ 3,555. Na máxima da sessão, a moeda subiu 2,43% e foi a R$ 3,5809, nível mais alto no intradia desde 27 de fevereiro de 2003, quando foi a R$ 3,6050.

Com o resultado, o dólar acumula alta de 3,73% no mês. No ano, a valorização é de 33,62% frente ao real.

Investidores passaram o dia atentos ao mercado chinês, diante das indicações de que a desaceleração da segunda maior economia do mundo poderá ser maior do que vêm indicando as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) oficial.

Nesta segunda-feira, as bolsas de Xangai e Shenzhen desabaram mais de 8% na sessão, reforçando o quadro de preocupações com a China, que vem afetando o apetite por ativos de risco, como aqueles denominados em reais, nos mercados globais.

A queda da Bolsa da China influenciou o mercado internacional. Bolsas da Ásia e da Europa fecharam em queda, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou a cair 6,5% durante o dia.

O resultado do mercado de ações chinês recebeu o apelido de “Segunda-feira Negra”. O tombo nesta segunda-feira dá sequência às sucessivas quedas registradas nas últimas semanas. Só na semana passada, por exemplo, a Bolsa chinesa acumulou queda de 11,5%.

O que mais tem afetado o mercado de ações, no entanto, é a preocupação com o desempenho da economia chinesa, que vem desacelerando em meio a falta de medidas pelo governo da China.

Cenário interno
No Brasil, investidores continuam preocupados com a economia e a política local. Agentes financeiros, citados pela agência de notícia Reuters, tiveram seus ânimos afetados após o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, determinar que as contas de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e o PT sejam investigados por suposta prática de crimes, argumentando que há “vários indicativos” de que ambos foram financiados por propina desviada da Petrobras.

Os mercados financeiros têm sido profundamente afetados pelas incertezas em torno da permanência de Dilma no cargo até o fim de seu mandato.

Atuações do Banco Central do Brasil no câmbio
Agentes financeiros também buscavam pistas sobre a intervenção do Banco Central no câmbio, uma vez que a autoridade monetária aumentou sua atuação na última vez em que a moeda dos EUA operou em patamares próximos aos atuais.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês.

Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 7,562 bilhões, ou cerca de 75%, do total de US$ 10,027 bilhões. Se continuar neste ritmo, vai recolocar todo o lote.

(Com informações das Agências Reuters e Estado)

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