Dólar cai 0,77% ante real e fecha na menor cotação em mais de um mês

Foi a quarta sessão seguida em que o dólar fecha abaixo de R$ 2,60.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira (27), atingindo seu menor nível em mais de um mês, diante da perspectiva de continuidade do ciclo de aperto monetário e ajuste da política fiscal no Brasil, que tornam o país atrativo para aplicações em renda fixa. Influenciou ainda dúvidas sobre o momento em que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, começará a subir os juros no país, em meio à divulgação de dado mais fraco que o esperado de encomenda de bens duráveis, o que levou a moeda americana a cair frente às principais divisas.

A moeda norte-americana encerrou o dia com desvalorização de 0,77%, cotada a R$ 2,5706 na venda. É o menor valor de fechamento desde 3 de dezembro do ano passado, quando a moeda valia R$ 2,557. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,7 bilhão.

O discurso da presidente Dilma Rousseff na primeira reunião ministerial do ano, sinalizando que apoia as medidas de ajuste fiscal anunciadas recentemente pela nova equipe econômica, foi bem recebido pelo mercado, com o dólar estendo a perda frente ao real.

De forma geral, o mercado local acompanhou a queda do dólar frente às principais divisas no exterior. A moeda americana perdeu força após a divulgação do dado mais fraco que o esperado de encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos, que recuaram 3,4% em dezembro, enquanto a expectativa do mercado era de alta de 0,3%.

O dado reforça a visão de que o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc) deve manter o discurso “dovish” no comunicado que será divulgado após o término da reunião amanhã, e deve repetir o termo usado na reunião anterior, em que destacou que a autoridade monetária americana deve ser “paciente” para começar a elevar a taxa básica de juros.

A menor pressão no cenário externo, com a perspectiva de que o Fed não deve elevar a taxa de juros no curto prazo e o programa de estímulos do banco Central Europeu (BCE) suportando a liquidez nos mercados, favorece as aplicações em ativos de maior risco, como as operações de “carry trade”, que buscam ganhar com a arbitragem de juros.

Nesse cenário, o Brasil se mostra atrativo, como um dos únicos mercados emergentes em processo de aperto monetário em um cenário que muitos países estão cortando a taxa básica de juros. Além disso, o anúncio de medidas de ajustes fiscal, visando restaurar as contas públicas e recuperar a confiança dos investidores, tem melhorado a percepção dos investidores em relação ao Brasil.

Hoje a presidente Dilma Rousseff disse, em discurso na primeira reunião ministerial de 2015, que os ajustes da política fiscal são necessários para manter o rumo, preservando as prioridades econômicas e sociais, sinalizando que apoia as medidas anunciadas recentemente pela nova equipe econômica, que envolveram corte de gastos públicas e aumento de impostos.

As medidas de ajuste fiscal têm agradado investidores e contribuído para levar o dólar abaixo de R$ 2,60.

A presidente destacou que é preciso manter a solidez dos indicadores econômicos e que o governo no segundo mandato é de continuidade, mas também de mudanças. “Contas públicas em ordem são necessárias para controle de inflação, crescimento econômico e garantia de emprego e renda”, afirmou a presidente.

A recuperação das contas públicas é dos principais pontos para evitar um rebaixamento do rating soberano do Brasil, e a sinalização do esforço do governo para cumprir a meta de superávit primário, de 1,2% do PIB para este ano, ajuda a reduzir a pressão sobre o câmbio.

Atuações do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1 mil contratos para 1º de setembro e 1 mil para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,5 milhões.

O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 85% do lote total.

(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)

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