Em meio a protestos, imperador do Japão visita cemitério de guerra nas Filipinas

Durante a visita do imperador, manifestantes exigiam “justiça” para as mulheres filipinas usadas como escravas sexuais durante a guerra.
Imperador do Japao em visita a Manila Foto Kyodo 900x600 27 01 2016

Como parte de sua histórica viagem de cinco dias à Filipinas, o imperador do Japão, Akihito, visitou nesta quarta-feira (27) o cemitério militar mais importante das Filipinas, onde estão enterrados combatentes da Segunda Guerra Mundial. Antes disso, um grupo de manifestantes protestou em Manila, pedindo justiça para as filipinas usadas como escravas sexuais pelo exército japonês durante a guerra.

O imperador e sua esposa, a imperatriz Michiko, começaram na terça-feira (26) uma visita histórica às Filipinas. A visita do casal imperial tem como objetivo principal celebrar o 60º aniversário da retomada de relações diplomáticas entre os dois países.

Nesta quarta-feira, Akihito, de 82 anos, visitou o chamado “Cemitério dos Heróis”, construído em 1947 em memória dos filipinos que morreram no conflito mundial. Segundo a agência AFP, antes disso, o imperador japonês se reuniu oficialmente com o presidente Benigno Aquino no palácio presidencial de Manila.

“O Imperador Akihito exortou as gerações mais jovens a manter viva a memória da Segunda Guerra Mundial e as dificuldades que se seguiu após seu encerramento, como forma de evitar o conflito em meio à crescente tensão marítima nos mares do Leste e do Sul da China”, disse o secretário de imprensa, Hatsuhisa Takashima, a repórteres na capital filipina, conforme noticiou a agência ‘Kyodo’.

“É uma coisa que não deve ser repetida novamente”, afirmou Takashima se referindo à guerra. “Ele [Akihito] tem um forte sentimento de tristeza em relação às guerras […] e essa é a razão pela qual o Imperador Akihito veio aqui [Manila]”, acrescentou.

As Filipinas, que estiveram sob dominação americana, sofreram entre 1942 e 1945 a ocupação do exército imperial japonês e foram palco de algumas das batalhas mais sangrentas do conflito na Ásia.

Durante a ocupação, o exército japonês obrigou milhares de mulheres filipinas a se prostituírem em prostíbulos militares. Conhecidas como “mulheres de conforto”, apenas 70 continuam vivas, segundo a associação Lila Pilipina.

Sete delas estavam nesta quarta-feira entre as 200 pessoas que se manifestaram perto do palácio Malacanang de Manila, onde o imperador Akihito passou em revista a guarda de honra filipina.

Cerca de 200.000 mulheres, em sua maioria coreanas, mas também chinesas, filipinas e indonésias, foram escravizadas pelo exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial.

No fim de dezembro, Japão e Coreia do sul chegaram a um acordo sobre a questão. Tóquio se desculpou oficialmente e ofereceu um bilhão de ienes (7,5 milhões de euros) para ajudar 46 mulheres sul-coreanas.

No caso das filipinas, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Charles Jose, disse à AFP que a questão não será tratada durante a visita do imperador.

(Com informações da Agência AFP e Agência Kyodo)

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