Bolsa de Tóquio cai quase 3% após PIB baixo dos EUA e anúncio do BC do Japão

O índice Nikkei teve a maior queda percentual diária em mais de um ano.

Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo

A Bolsa de Valores de Tóquio fechou em queda de quase 3% nesta quinta-feira (30), refletindo o resultado abaixo do esperado para o crescimento nos Estados Unidos e após o Banco do Japão (BoJ, banco central japonês) manter sua política monetária e desapontar alguns participantes do mercado, que haviam apostado que o BoJ poderia ampliar o seu já forte programa de estímulos.

O Nikkei 225, índice que reúne as empresas mais negociadas da bolsa japonesa, caiu 538,94 pontos, forte recuo de 2,69% ante o fechamento anterior, encerrando o dia aos 19.520,01 pontos. Trata-se da maior queda percentual diária desde 4 de fevereiro de 2014. Até a terça-feira (quarta-feira a bolsa japonesa não operou devido a um feriado nacional), o índice acumulava ganho de 4,01% no mês.

Já o indicador Topix, que agrupa os valores da primeira seção em Tóquio, perdeu 34,64 pontos, queda de 2,13 %, fechando aos 1.592,79 pontos.

O mercado acionário japonês abriu em forte baixa, sob o peso do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, divulgados na quarta-feira, que cresceu abaixo do esperado.

A economia norte-americana cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre, uma forte desaceleração ante o crescimento de 2,2% no trimestre anterior. Os dados decepcionantes diminuíram ainda mais as perspectivas já fracas de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), elevará a taxa de juros em junho.

O movimento de queda foi acelerado depois que o Banco do Japão decidiu manter a sua política inalterada. A decisão reforça a percepção de que o banco central está confiante no alcance da meta de inflação ao consumidor, de 2,0% ao ano, embora índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país tenha ficado estável nos 12 meses encerrados em fevereiro. Hoje à noite, o governo japonês divulga os números de inflação para março.

Yutaka Miura, analista da Mizuho Securities Co., disse que, apesar da queda da bolsa japonesa na esteira da decisão do Banco do Japão, “alguns participantes do mercado esperavam que o BC  implementasse uma flexibilização adicional nesta fase”.

Os maiores declínios foram liderados por companhias dos setores de informação e comunicação, de alimentos e de corretagem, enquanto apenas os de transporte e de mineração ganharam nesta sessão.

Os balanços corporativos, no entanto, continuam a impulsionar o desempenho das ações individuais, com mais de 190 empresas agendadas para relatar seus lucros na próxima quinta-feira, dia em que o mercado acionário japonês retornará a operar após pausa de 4 dias em virtude de feriados japoneses que compõem a Golden Week (Semana Dourada).

No noticiário corporativo, a Ricoh despencou 9,0%, depois do relatório na terça-feira mostrar uma queda inesperada no lucro líquido do grupo no ano fiscal que terminou em março.

A Takeda Pharmaceutica perdeu 2,1% depois de revisar sua previsão de lucro. A empresa farmacêutica mudou sua projeção de lucro líquido para perda líquida, isso porque terá de pagar indenizações em processos judiciais nos EUA envolvendo um de seus medicamentos para a diabetes.

Enquanto isso, a TDK destacou-se entre os ganhadores, saltando 4% depois de anunciar, na terça-feira, sua projeção de lucros para o atual ano fiscal, que termina em maço de 2016. A fabricante de materiais e componentes eletrônicos projetou um forte aumento de 31% no lucro líquido do grupo.

O volume das transações na sessão principal ficou em torno de 2,719 bilhão de ações contra cerca de 2,087 bilhão observadas na sessão de terça-feira.

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