Caças chineses voam perigosamente perto de aviões japoneses

Especialistas temem que os dois países possam ver um grave acidente aéreo em um futuro não muito distante.

Do Mundo-Nipo

Dois caças chineses Su-27 voaram “perigosamente perto” de um par de aviões da Força de AutoDefesa (SDF, na sigla em inglês do nome oficial do exército japonês), nesta quarta-feira (11), sobre o Mar da China Oriental, informou o Ministério da Defesa japonês, acrescentando que Tóquio apresentou um protesto formal contra Pequim através dos canais diplomáticos.

 

Avião militar chinês (Foto: Kyodo/Ministério da Defesa)
Avião militar chinês que invadiu o espaço aéreo japonês no ano passado (Foto: Arquivo/Kyodo/Ministério da Defesa)

 

De acordo com o ministério, os jatos chineses chegaram a se aproximar da perigosa distância de 30 metros de uma aeronave de inteligência eletrônica YS-11EB, e a 45 metros de um avião de coleta de imagem OP-3C. O encontro ocorreu na manhã desta quarta-feira, em espaço aéreo onde as zonas de identificação de defesa aérea (ADIZ) da China e do Japão se sobrepõem.

China declarou que foi ampliando sua ADIZ no Mar da China Oriental, em novembro, atraindo fortes protestos de Tóquio e Washington. O Japão definiu sua própria ADIZ em 1969, com base no que foi declarado pela força de ocupação liderada pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial.

Está é a segunda vez em duas semanas que jatos chineses Su-27 voam próximos de aeronaves da SDF. A primeira aconteceu em 24 de maio, sobre o mar do Leste da China. Tóquio classificou ambos os voos como “atos muito perigosos”.

De acordo com as autoridades japonesas, os aviões SDF estavam envolvidos em uma missão “normal de vigilância”, afirmando tratar-se de um ato legal sob o direito internacional.

“Os caças Su-27 estavam equipados com o que parecia ser mísseis sob as asas”, disse um porta-voz do ministério.

O ministro da Defesa, Istunori Onodera, fez declarações condenando o incidente: “A manobra do voo foi tão áspera que os pilotos japoneses se sentiram em perigo”, disse o ministro a repórteres em Tóquio.

“As autoridades militares chinesas devem manter a boa moral (entre os pilotos). Isso resume tudo”, disse Onodera em vídeo transmitido pela emissora pública ‘NHK’.

Os militares japoneses e chineses não têm um canal de comunicação de emergência, o que poderia ajudar a evitar um confronto militar acidental. Especialistas, bem como funcionários do governo japonês, temem que os dois países possam ver um grave acidente em um futuro não muito distante, seja no Mar da China Oriental ou em outras regiões.

As tensões entre Tóquio e Pequim têm aumentado nos últimos meses, particularmente em relação à linha territorial sobre as ilhas Senkaku no Mar da China Oriental, que são administradas pelo Japão, mas também reivindicado por Pequim – as ilhotas são chamadas de Diaoyu em chinês.

Riscos de choques acidentais têm crescido recentemente, conforme a China tem enviado mais aviões e navios para áreas próximas às ilhas.

De acordo com o Ministério da Defesa, caças da Força Aérea de Autodefesa foram acionados 415 vezes para interceptar aviões chineses voando em direção do Japão no ano fiscal de 2013. O número no exercício de 2012 chegou a 306 e, no ano fiscal de 2011, a 156.

(Com Agência Kyodo)  

 


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