Japão e China estão “irremediavelmente unidos”, diz Shinzo Abe

A declaração vem um dia após o líder japonês se reunir com o presidente chinês Xi Jinping.

Do Mundo-Nipo com Agências

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe afirmou que seu país e a China estão “irremediavelmente unidos”. A declaração aconteceu nesta terça-feira (11), um dia após o líder japonês se reunir com o presidente chinês Xi Jinping às margens da Cúpula do Apec em Pequim, pondo fim a três anos de uma perigosa escalada das tensões entre as duas maiores economias da Ásia gerada por questões históricas e uma disputa territorial.

Abe afirmou que “é lamentável que durante tanto tempo não se tenha realizado um encontro bilateral, e espera que a reunião tenha sido um passo para a melhoria das relações bilaterais”, de acordo com as declarações colhidas pela agência francesa de notícias AFP.

O encontro entre os dois líderes foi o primeiro desde que assumiram seus cargos – Abe em dezembro de 2012. Mas, apesar da reunião ter dado o tom de um início oficial de uma melhora nos laços, os dois dirigentes não esconderam a frieza da relação nas ocasiões em que tiveram de apertar as mãos durante a cúpula do Apec, o que foi classificado pela mídia internacional como “um estranho aperto de mãos”.

A reunião entre Abe e Xi Jinping aconteceu na segunda-feira, em Pequim, à margem do Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (APEC), retomando o diálogo bilateral de alto nível após anos de animosidade.

“Muitos países esperavam esta reunião entre Japão e China, e não apenas as nações asiáticas. Penso que demos um primeiro passo para melhorar as relações bilaterais”, declarou Abe após o encontro, o primeiro desde dezembro de 2011.

Segundo a AFP, o encontro, que aconteceu em um prédio oficial do governo chinês, durou quase 30 minutos. Abe propôs a criação de um mecanismo de comunicação marítima para evitar incidentes nas ilhas em disputa entre Japão e China.

Além das disputas históricas, a nacionalização pelo Estado Japonês em 2012 de três ilhotas do arquipélago Senkaku, no mar da China Oriental, provocou o aumento da tensão. Os territórios são administrados há muito tempo pelo Japão, mas são reivindicados por Pequim com o nome de ilhas Diaoyu.

Sem esquecer as divergências territoriais, as duas maiores potências asiáticas – segunda e terceira maiores economias do mundo – anunciaram na sexta-feira que chegaram a um acordo para “retomar progressivamente o diálogo político, diplomático e na área da segurança”.

Abe teve um papel central na melhoria dos laços com a China durante seu mandato de 2006-2007, mas desde que voltou ao cargo novamente em 2012, seus esforços para mudar os limites da Constituição pacifista do Japão e contestar a história de tempos de guerra com um tom menos cordial, somados à maior assertividade regional da China, aprofundaram o atrito entre os dois países, conforme destacou ontem Agência Reuters.

Apesar disso, Abe sempre destacou a importância de manter vínculos com a potência vizinha, “para um desenvolvimento conjunto”, assinala a AFP.

As relações do Japão com o países vizinhos continuam marcadas pela recordação das atrocidades atribuídas às tropas imperiais durante a ocupação parcial da China (1931-1945) e a colonização da península coreana (1910-1945).

Outro motivo que leva à animosidades entre as nações vizinhas são as visitas frequentes de parlamentares e ministros japoneses ao santuário Yasukuni de Tóquio, um local de culto criticado por Pequim e Seul, que o consideram um símbolo do passado militarista japonês.

 


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