Ucrânia recebe ajuda de US$ 100 milhões do Japão

O valor é destinado a estabilizar a precária economia do país.

Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo

O Ministério das Finanças da Ucrânia informou que recebeu o valor de 10 bilhões de ienes (cerca de US$ 100 milhões) que foi fornecido pela Agência de Cooperação Internacional do Japão como co-financiamento no âmbito de um projeto conjunto com o Banco Mundial “para a política de desenvolvimento”.

“Os recursos serão usados para apoiar as reformas do governo da Ucrânia destinadas a estabilizar a economia e estabelecer as bases para um crescimento sustentável e equilibrado do país”, declarou o ministério em um comunicado, na sexta-feira (29).

A Ucrânia está à beira da falência, o que tem se agravado na medida em que as tensões com a Rússia se intensificam. O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento prevê que a economia do país se retraia 7% este ano e tenha um crescimento zero no próximo.

 

Crise na Ucrânia

A crise na Ucrânia tem intensificando rapidamente. Kiev e seus aliados ocidentais acusam a Rússia de enviar tropas e armamentos para os separatistas no leste ucraniano, que estão em conflito há meses com forças do governo.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko fez um pronunciamento em Bruxelas, na Bélgica, afirmando que seu país está “num ponto quase sem volta” em direção a uma “guerra total”.

Neste sábado (30), líderes europeus participam de um encontro na capital belga para discutir a aplicação de novas sanções contra a Rússia.

A ministra de Relações Exteriores da União Europeia (UE), Catherine Ashton, acusou Moscou de “agredir diretamente” o leste ucraniano e que isso é “muito preocupante”.

Ashton exigiu que a Rússia interrompa a entrada de armas, equipamentos militares e equipes na Ucrânia.

A UE e os Estados Unidos já aplicaram sanções contra dezenas de autoridades russas, comandantes dos grupos separatistas e empresas acusadas de minar a soberania ucraniana.

No entanto, ainda não há consenso na UE sobre como lidar daqui em diante com a situação, diz Chris Morris, correspondente da BBC em Bruxelas.

A presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, afirmou que a Rússia “está praticamente em guerra contra a Europa”.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que a UE enfrenta uma “situação completamente inaceitável com a presença de tropas russas em solo ucraniano” e alertou que haverá consequências caso esta situação se mantenha.

O presidente francês, Francois Hollande, afirmou que esta é a maior crise desde o fim da Guerra Fria: “O que está acontecendo é tão sério que o Conselho Europeu será obrigado a reagir aumentando o nível das sanções se tudo se mantiver como está”.

Há anos, a UE trabalha para estabelecer vínculos com a Ucrânia. Mas a Rússia também tem se esforçado para que a Ucrânia se una a seus tratados de comércio com outras ex-repúblicas soviéticas.

A Ucrânia está situada em uma importante área geopolítica, dividida entre o Ocidente e o Oriente e com tensões internas que não conseguiu resolver desde o colapso da União Soviética, em 1991.

A Otan, a UE e os EUA acusam a Rússia de intimidar a Ucrânia e dizem que as táticas que Moscou usa são inaceitáveis.

No entanto, nenhum dos aliados tem respondido às críticas às táticas que a Ucrânia usa contra separatistas, que incluem o bombardeio de áreas civis nos enclaves rebeldes.

Um relatório da ONU do início de agosto indica que 2.119 pessoas morreram no leste da Ucrânia desde o início do conflito.

Calcula-se que 115.800 pessoas partiram para outras partes da Ucrânia e cerca de 188.000 foram para a Rússia.

(Com informações da BBC News, Agência Kyodo e NHK News)

 


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