Vídeo do brutal assassinato do jornalista Kenji Goto

O vídeo exibe imagens fortes, “não aconselhável para menores e/ou pessoas sensíveis” devido ao seu conteúdo violento.

Do Mundo-Nipo

O brutal assassinato do jornalista Kenji Goto pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), exibido em um vídeo feito por jihadistas e publicado ontem na internet, mergulhou o Japão e o mundo em um estado de choque e luto neste domingo (1), dias após a situação de Goto como refém na Síria ter unido pessoas de todo o globo para rogar por sua libertação.

Enquanto era mantido como refém, cidadãos de diversas nacionalidade se mobilizaram para pressionar pela libertação do jornalista. Agências de notícias destacaram hoje sobre uma página do Facebook, que foi criada logo após a publicação do primeiro vídeo no mês passado, com a milícia extremista da EI ameaçando Goto de morte caso o primeiro-ministro japonês não seguisse as instruções, que envolviam uma troca do jornalista pela iraquiana Sajida al Rishawi, uma terrorista supostamente ligada ao grupo Al-Qaeda.

De acordo com familiares, amigos e companheiros de trabalho de Goto, as histórias das pessoas mais vulneráveis, principalmente envolvendo crianças e pobres, eram as que impulsionavam o jornalista de 47 anos.

Goto era um jornalista freelancer veterano, que costumava trabalhar com câmeras e produtores japoneses de televisão. Sua opinião era muitas vezes emitida nos principais meios de comunicação japoneses.

Em 2005, ele escreveu um livro sobre a situação das crianças em Serra Leoa intitulado “Queremos a paz, não diamantes”. Goto, no entanto, sempre insistia que não era um repórter de guerra, mas, em vez disso, dedicava-se a contar as histórias de pessoas comuns, a poucos passos da zona de conflito, detalhou mais cedo a agência Associated Press (AP).

O sentimento de preocupação com as crianças, os menos favorecidos e oprimidos impulsionou Goto à campos de refugiados e orfanatos. Deu voz às histórias de crianças que sofriam violência, fome e pesadelos.

Negociação para resgate de reféns
Kenji Goto foi capturado em outubro do ano passado, depois de viajar à Síria para tentar negociar a libertação de Haruna Yukawa, executado na semana passada. Em um vídeo publicado na internet no dia 20 de janeiro, um suposto membro do grupo jihadista dava um prazo de 72 horas ao governo do Japão para pagar US$ 200 milhões e assim evitar a execução dos dois reféns de nacionalidade japonesa.

Após a morte de Yukawa, o grupo passou a ameaçar matar o japonês Kenji Goto e o piloto jordaniano Mu’ath al-Kaseasbeh se a terrorista iraquiana Sajida al Rishawi, que está presa na Jordânia, não fosse libertada. O governo jordaniano afirmou concordar com a troca, mas exigiu uma prova de vida do piloto. No vídeo, com a execução de Goto não é feita nenhuma referência a Mu’ath al-Kaseasbeh, de acordo com a Agência Reuters.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, falou à imprensa sobre a execução de Goto. “Sinto uma forte indignação perante esse ato desumano e desprezível de terrorismo”, afirmou. “O Japão irá trabalhar com a comunidade internacional para trazer os responsáveis por este crime à justiça”, acrescentou, reforçando ainda que o Japão “não se entregará ao terrorismo”.

Vídeo com a execução
As imagens publicadas no sábado (31) mostram um militante de acentuado sotaque britânico, com a cabeça coberta, vestindo roupa preta, em pé e segurando uma faca contra a garganta de Keniji Goto. Na sequência, são vistas imagens de um corpo com uma cabeça já separada.

O homem falou se dirigindo ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmando que os cidadãos japoneses sofreriam as consequências pelos atos do premiê.

“Por causa de sua decisão imprudente de tomar parte em uma guerra impossível de ganhar, esta faca irá não apenas matar Kenji, mas também continuar e causar massacre onde quer que seu povo seja encontrado. Que comece o pesadelo para o Japão”.

O vídeo abaixo exibe imagens fortes, “não aconselhável para menores e/ou pessoas sensíveis” devido ao seu conteúdo violento:

(Com informações das agências Reuters, AP e Kyodo)

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