Alpinista japonês doa US$ 100 mil às famílias de vítimas no Monte Everest

Em 18 de abril, uma avalanche no Monte Everest vitimou 16 nepaleses de etnia sherpa.

Do Mundo-Nipo

Ken Noguchi doa US$ 100 mil ao Nepal (Foto: Kyodo)
Noguchi expressou consternação com a resposta do governo nepalês ao desastre no Monte Everest (Foto: Kyodo)

O alpinista japonês Ken Noguchi doou US$ 100 mil em nome do povo japonês para ajudar as famílias dos nepaleses sherpas que morrem em avalanches e outros acidentes durante escaladas ao Monte Everest.

Ang Tshering Sherpa, presidente da Associação de Montanhismo do Nepal, disse que a associação irá adicionar uma quantia correspondente a criação de um fundo de ajuda aos guias de montanhismo profissional do Nepal. Enquanto o restante do fundo será utilizado para fins de assistência financeira, emprego e educação.

Noguchi, que em 1999 tornou-se a pessoa mais jovem a ter conquistado os sete grandes picos ao redor do mundo, disse a jornalistas em Katmandu que o dinheiro foi coletado de japoneses que amam o Nepal.

Em 18 de abril, uma avalanche no Monte Everest vitimou 16 nepaleses de etnia sherpa. Destes, os corpos de três ainda permanecem soterrados pela neve. A avalanche foi a tragédia com o maior número de mortes na história da montanha mais alta do mundo.

Noguchi expressou consternação com a resposta do governo nepalês ao desastre. O governo anunciou uma ajuda de US$ 400 a cada uma das famílias dos 16 sherpas soterrados na avalanche do mês passado.

Em 22 de abril, os guias nepaleses de etnia sherpa anunciaram a decisão de abandonar o acampamento base do Monte Everest. Eles reivindicam ao governo um aumento da cobertura do seguro.

O famoso alpinista disse que a debandada dos guias poderia comprometer o montanhismo no Nepal. “Se isso continuar, os estrangeiros vão desistir no Monte Everest”, afirmou Noguchi, que lidera a Seven Summits Actions for Sustainable Society (Ações dos Sete Cumes para Sociedade Sustentável, em tradução livre), um grupo que trabalha para a conservação do meio ambiente global.

Segundo Naguchi, a associação tem recebido telefonemas de muitos estrangeiros que manifestam vontade de contribuir para o fundo de ajuda.

“Muitos sherpas abandonam os estudos para ingressar na profissão de montanhismo. Eles iniciam na profissão com idades em torno dos 15 anos e se aposentam aos 45 anos” disse ele.  “Não há vida para eles após a aposentadoria”, acrescentou.

No rescaldo da tragédia do mês passado, um clamor na Comunidade Sherpa sobre a resposta do governo ao desastre suspendeu as atividades de escalada.

“O governo não toma iniciativa”, disse Chechi Sherpa, filha de Ang Kaji Sherpa, que morreu em uma avalanche. “Quem vai apoiar a educação de crianças que perderam os pais?”, acrescentou.

Após o desastre do mês passado, muitos sherpas levantaram preocupações sobre a segurança, e isso levou a um completo abandono na escalada à montanha nesta temporada.

Foi o primeiro incidente do tipo desde que o pico mais alto do mundo foi aberto para expedições comerciais, a mais de duas décadas atrás.

(Dó Mundo-Nipo com Agência Kyodo)

 


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