Extração ilegal chinesa faz Japão vigiar coral precioso em Kyushu

Corais podem estar sendo criminosamente extraídos por chineses para venda em joalherias.
Recife de corais na ilha japonesa Kerama Foto Magazine.jnto .go .jp .900x550 min
Corais na ilha japonesa Kerama (Foto: Arquivo/INTO Japan)

O Japão passou a vigiar um recife de coral precioso na costa da ilha meridional de Kyushu, no sul do país, dando iniciou na última quarta-feira uma investigação ferrenha por suspeita de que o mesmo estaria sendo extraído ilegalmente por chineses para venda em joalherias.

A Agência de Pesca vai coordenar a investigação sobre o estado do coral até o início de setembro, com o auxílio de uma câmera submarina.
O coral precioso, termo que engloba quase 30 espécies de coral, é muito apreciado há várias décadas em determinadas partes da Ásia para a produção de joias e outras peças.

A agência nipônica coordenou uma investigação similar em 2015 perto das ilhas de Ogasawara e em Okinawa, depois constatar o aumento do número de barcos chineses que pescavam coral em águas territoriais japonesas.

Para lutar contra a atividade ilegal, o governo japonês revisou em 2014 as leis sobre a pesca ilegal na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do país e triplicou o valor das multas máximas até 30 milhões de ienes (230.000 euros, 270.000 dólares).

O Japão prendeu em julho um capitão chinês perto da costa de Nagasaki por violação da lei de pesca. Em seu barco, as autoridades encontraram coral precioso.

Ameaçados
Os corais, que são essenciais para a biodiversidade do planeta, estão sumindo do mundo marinho, ameaçados pelas mudanças climáticas resultantes das emissões de gases do efeito estufa.

Os corais mais setentrionais do mundo se encontram nas águas temperadas do arquipélago japonês, até a baía de Tóquio.
Em outros lugares, os magníficos recifes das zonas subtropicais e tropicais, como a Grande Barreira de Coral australiana, embranquecem e morrem sob o efeito do aumento das temperaturas.

Perdas irreparáveis
O coral é um pequeno animal, parecido com uma medusa de cabeça para baixo, com uma boca rodeada de tentáculos sobre os quais se constrói seu esqueleto calcário, a base dos recifes.

Mas ele não pode viver sem a microalga zooxantela, que lhe fornece até 90% da sua energia, através da fotossíntese.

Se a temperatura aumenta de 0,5º a 1°C , o par se separa e o coral morre. Resta apenas um esqueleto branco. Este é o branqueamento, seguido por morte se a temperatura não diminuir durante várias semanas.

Nos recifes, que cobrem menos de 0,2% da superfície dos oceanos, se encontram 30% das espécies animais e vegetais marinhas, onde estão protegidas de seus predadores e podem armazenar sua comida.

Os recifes também contribuem com a proteção das costas, a alimentação do homem e a criação de empregos no setor de turismo.

Além da ameça pelas mudanças climáticas, os corais estão sendo alvo de uma crescente extração ilegal. Sua venda clandestina poderia ser reduzida com a proibição de produção de joias com o uso de corais.

Fontes: Agência AFPKyodo News.

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