Academia entrega Oscar honorário à Hayao Miyazaki

Miyazaki, que foi comparado à Walt Disney pelo diretor da Pixar Animation Studios, disse que continuará trabalhando em animação até morrer.

Do Mundo-Nipo com Agências

O renomado diretor japonês Hayao Miyazaki recebeu o Oscar honorário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood por seus anos de contribuições para a indústria cinematográfica. A premiação aconteceu em uma cerimônia realizada em Hollywood.

“Os Governor’s Award (Prêmios do Governador, como é conhecido o Oscar honorário ou Prêmio Honorário da Academia) refletem o cinema não de um ano, mas de toda uma vida”, explicou a presidente da instituição, Cheryl Boone Isaacs, quando anunciou que Miyazak receberia o prêmio, no final de agosto passado.

Miyazaki, de 73 anos, é o segundo japonês na história a receber o Governors Awards. O primeiro foi concedido ao lendário Akira Kurosawa, em 1990.

Este é o segundo Oscar que a Academia concede à Miyazaki. Em 2003, ganhou o Oscar de Melhor Filme de Animação com “A Viagem de Chihiro”. Apesar disso, esta foi a primeira vez que Miyazaki recebeu o prêmio pessoalmente, antes disso, ele jamais esteve em uma cerimônia de premiação do Oscar.

O chefe da Pixar Animation Studios da Walt Disney, John Lasseter, amigo de longa data e fã de Miyazaki, foi quem entregou o Oscar. Ao receber o prêmio, o diretor japonês ganhou aplausos calorosos de uma plateia emocionante, que se manteve em pé aplaudindo por longos minutos. Em seu discurso de homenagem, Lasseter comparou Miyazaki à Walt Disney, citando os dois como os principais contribuintes para o gênero de animação.

“Hayao Miyazaki influenciou desde sempre a animação, inspirando artistas que trabalham em nosso meio e iluminando com o seu potencial ilimitado”, disse Lasseter. “Em tamanho, em influência, na variedade e qualidade do conteúdo de sua obra, nunca haverá outro para rivalizá-lo”, acrescentou.

Depois de receber o Oscar honorário, Miyazaki disse com um sorriso tímido: “Minha esposa me disse que eu sou um homem de muita sorte”.

Miyazaki também disse que “os anos pacíficos do Japão no pós-guerra” deu-lhe um bom ambiente para criar suas obras de animação. “Nosso país não participou de uma guerra sequer ao longo dos últimos 50 anos (enquanto eu estava trabalhando). Isso nos permitiu trabalhar duro”, afirmou ele, acrescentando que foi “um homem afortunado por ter presenciado a época em que se fazia um filme de animação com apenas lápis e papel”.

Aposentadoria é praticamente uma ideia adicional para o diretor premiado com dois Oscars. Em uma entrevista ao ‘Los Angeles Times’, Miyazaki mencionou sua movimentada agenda atual, que inclui o trabalho em uma área de recreação para crianças na província de Fukushima, local onde ocorreu o desastre nuclear em 2011. Como hobby, ele vem trabalhando em um mangá sobre um samurai do século 16 que, segundo ele, está prestes à terminar.

Em entrevista à Agência Associated Press, Miyazaki declarou sua intenção de continuar trabalhando, não com longas-metragens para o cinema, mas em curtas animados para serem exibidos no Museu Ghibli. “Vou continuar trabalhando em animação até eu morrer”, afirmou.

Fontes: Agências Jiji Press e Kyodo / Jornal ‘The Japan Times‘.

 


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