Japão incentiva ‘idosos’ a investir em títulos do governo

Senhoras com idades entre 60 e 70 anos são as principais detentoras dos títulos que vencerão este ano.

Do Mundo-Nipo

O governo do Japão está tentando garantir à população mais velha que a dívida soberana do país pode resistir à inflação com a venda de mais títulos com taxa flutuante, de acordo com uma publicação da ‘Bloomberg News’.

Segundo a publicação, senhoras com idades entre 60 e 70 anos, são as principais detentoras dos bônus do Japão que vencerão este ano, estimados em 5,9 trilhões em ienes (US$ 51 bilhões). Os homens na mesma faixa etária são detentores de 20% desses títulos.

A ideia é que essa população reinvista em títulos da dívida. Em lugar do prazo anterior, de três meses, o governo passou a oferecer novos bônus mensalmente. Segundo a Bloomberg, uma venda efetuada em dezembro, de papéis de dez anos, cerca de 30% dos compradores foram mulheres desse faixa etária, o que significa que o governo está conseguindo convencê-las a continuar poupando.

O aumento da demanda por títulos da dívida japonesa indica que o presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, está conseguindo elevar as expectativas dos consumidores por preços maiores e dar fim a 15 anos de deflação.

Segundo uma pesquisa realizada entre 6 de fevereiro e 4 de março, 80% das donas de casa acreditam que o custo de vida deve subir este ano.

O Ministério das Finanças pretende vender 2,5 trilhões de ienes em títulos a pessoas físicas nos 12 próximos meses, mais do que os 2,4 trilhões de ienes vendidos no ano fiscal de 2013. A maior corretora japonesa, a Nomura Holdings, pretende elevar as vendas desses papéis no varejo este mês, oferecendo descontos em dinheiro para compras com o valor mínimo de 500 mil ienes.

“Temos como alvo um grupo relativamente mais velho e queremos levá-los a reinvestir em títulos quando seus atuais papéis vencerem”, afirma Tomohiko Kihira, do Programa de Empréstimo e Investimento Fiscal do Ministério das Finanças.

Os japoneses mais velhos tendem a ser mais sensíveis à inflação do que os que têm 40 anos ou menos, segundo Takahiro Niimi, pesquisador do instituto de pesquisa NLI, associado à Nippon Life Insurance, a maior seguradora de vida do Japão. “Títulos com taxas flutuantes têm um certo apelo’, afirmou.

Um quarto da população japonesa terá mais de 65 anos até o fim deste ano, a taxa mais alta de todo o planeta, de acordo com dados recentes do governo.

 


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