Veja 3 incríveis invenções do Japão que facilitam a vida de idosos

Japão é classificado em 3º lugar no ranking de países em que os idosos desfrutam de melhor qualidade de vida.
Robos de terapia Palro e Paro intragindo com idosos Foto Kyodo
Robô de terapia Palro e dois robôs Paro interagem com idosos (Foto: Kyodo)

Atualizado em 04/06/2017


Notório por ser o país onde as pessoas vivem mais, com a maior proporção de idosos do mundo, Japão também é um dos países em que a terceira idade desfruta de melhor qualidade de vida, depois de Suécia e Noruega , segundo o último rlatório da HelpAge International, rede internacional de organizações pelo direito dos idosos.

população japonesa está agora estimada em 127,1 milhões, incluindo residentes estrangeiros. Desse total, mais de 26% da população tem 65 anos ou mais. Além disso, o número de pessoas com mais de 80 anos alcançou 10 milhões pela primeira vez, e a perspectiva é que o envelhecimento continue avançando, de acordo com o último censo do governo japonês, que apresenta anualmente crescimento forte na população de idosos.

No geral, a população japonesa caiu quase 1 milhão nos últimos cinco anos e a previsão é que a demografia despenque para cerca de 83 milhões em 2100. Desse total, mais de 35% dos japoneses terão idade superior a 65 anos, segundo o último levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU).

Por outro lado, os idosos no país desfrutam de tecnologia de ponta que ajudam a superar os problemas diários típicos da terceira idade.

Confira abaixo invenções japonesas que facilitam a vida dos idosos:

1 Códigos QR nas unhas

A demência é uma das enfermidades que mais afetam as pessoas em terceira idade em todo o mundo.

Mas o país asiático encontrou uma solução para que, na medida do possível, pessoas afetadas por problemas de memória possam encontrar o caminho de casa caso se percam.

Os adesivos com códigos QR aderem às unhas e fornecem dados básicos sobre a pessoa.

Codigos QR Foto Getty
Códigos QR adesivado na unha de um idoso japonês (Foto: Getty)

Em Iruma, cidade ao norte de Tóquio, muitos moradores com demência senil estão sendo monitorados por meio de códigos de barra quadrados, os QR codes, instalados nas unhas dos dedos das mãos e pés.

Os QR codes também são conhecidos como “códigos de resposta rápida” (daí a sigla QR, iniciais de “quick response”, “resposta rápida” em inglês) e armazenam informações pessoais em uma matriz de pontos ou em um código de barras bidimensional.

Esses códigos estão sendo colocados em adesivos de um centímetro, e reúnem dados do idoso, como endereço de casa e telefone de contato.

O serviço é gratuito e foi lançado em dezembro de 2016 pela primeira vez no país.

A tecnologia permite à polícia obter dados pessoais da pessoa apenas escaneando o código, que é a prova d’água e pode ficar grudado na unha por até duas semanas.

Segundo um policial relatou à agência de noticias AFP, o novo método tem vantagens em relação ao sistema anterior.

“Já existiam adesivos com QR codes para roupa ou sapatos, mas pessoas com demência nem sempre os usavam.”

2 Carrinhos de golfe

Wajima, no oeste do país, acabou de lançar um novo serviço automático e gratuito de carrinhos de golfe para facilitar o deslocamento de moradores mais velhos.

O objetivo também é reduzir o crescente número de acidentes de trânsito, muitos causados por motoristas de idade avançada.

Servico de carrinhos de golfeee para idosos em Wajima Foto Asahi
Serviço de carrinhos de golfe para idosos em Wajima (Foto: Reprodução/Asahi)

Com a medida, autoridades locais pretendem aumentar a segurança e também atrair turistas à cidade, uma pequena vila costeira.

Nos carros de golfe, controlados por um imã e um sensor integrado, os idosos podem se deslocar até três quilômetros a uma velocidade entre 6 e 12 km/h sobre uma faixa eletromagnética escondida sob a pista.

Os veículos têm motorista e possuem cortinas para proteger os passageiros da chuva e do vento, conforme informou o jornal japonês The Asahi Shimbun.

Mas há um porém: o serviço opera apenas por quatro horas durante o dia e não está disponível à noite.

3 Robôs

O Japão é um dos países que mais investem em robôs para ajudar no cuidado com idosos.

Em 2013, o primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, anunciou investimento de cerca de US$ 18 milhões (R$ 59 milhões) para desenvolver esse tipo de tecnologia.

Mas mesmo naquela época o Japão já somava anos de investigação na área.

Em 2006, o Centro Riken de Investigação Científica para Assuntos Emergentes desenvolveu um robô-enfermeiro batizado “Ri-Man”, cujos braços, feitos de silicone, permitem transportar pessoas mais velhas, entre outras funções.

Robo japones Ri Man Foto Distribuicao Riken
Robô japonês Ri-Man (Foto: Distribuição/Riken)

“O país considera necessário construir robôs e sistemas para auxílio domiciliar à saúde. Sem eles o sistema de saúde do país não existiria”, afirmou à BBC a cuidadora de idosos Yasuko Amahisa.

“Simplesmente haverá muitos idosos para cuidar, porque o país enfrenta uma redução drástica da taxa de natalidade, envelhecimento da população e perda dos laços familiares”, acrescenta.

“E acima de tudo o Japão quer que seus sonhos sobre robôs domésticos se tornem realidade porque sua política é claramente contrária à imigração.”

Mas a maioria prefere humanos às máquinas. Ou, em caso de defeitos das máquinas, os bichos.

Talvez por esse motivo um robô com aspecto de foca esteja fazendo tanto sucesso.

Esse bichinho mecânico, chamado Paro, não ajuda a lavar pratos ou transferir um idoso da cama à cadeira, mas oferece outro tipo de assistência fundamental: a sensação de companhia.

Robo Paro interagindo com idosos em centro de cuidados no Japao Foto Motonari Tagawa
Robô Paro interagindo com idosos em centro de cuidados no Japão (Foto: Motonari Tagawa)

O robô foi projetado especificamente para ajudar pessoas com mal de Alzheimer e outros tipos de demência.

“Paro é meu amigo”, diz à BBC Kazuo Nashimura, morador de asilo no Japão. “Gosto porque ele parece entender as emoções humanas.”

Mas alguns veem os robôs como uma tecnologia que ameaça substituir cuidadores e parentes na atenção a entes queridos.

“Certos dispositivos robóticos podem melhorar a vida de uma pessoa que está sozinha”, afirma Nick Hawes, especialista em robótica da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.

“Mas isso não deveria eximir a sociedade de sua obrigação de encontrar novas formas de dar contato humano aos mais velhos”, avalia. “Pensar que poderíamos dar um robô a eles e não nos preocuparmos mais é um enfoque errado”, conclui Hawes.

Na maioria dos casos, a velhice é acompanhada pela solidão, principalmente pelo abandono familiar.

Fontes: Portal G1 | The Asahi Shimbun | BBC News | Agência Kyodo.

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