Geoglifo recém-descoberto em Nazca mostra uma orca segurando uma faca | Foto: Instituto Universitário Yamagata / Kyodo

Japoneses descobrem mais de 300 novas figuras misteriosas em Nazca

Equipe japonesa surpreendeu o mundo ao descobrir centenas de novos geoglifos no deserto de Nazca, no Peru, o que quase duplica o número da famosas Linhas de Nazca, que representam um dos maiores mistérios da arqueologia mundial.

Em uma descoberta que reescreve a história do deserto de Nazca, no Peru, uma equipe de pesquisadores japoneses, com o auxílio da inteligência artificial, revelou mais de 300 novos geoglifos, famosos no mundo todo como as Linhas de Nazca. Essas enigmáticas figuras, que adornaram as planícies áridas há cerca de dois mil anos, representam um dos maiores mistérios da arqueologia mundial.

Utilizando imagens aéreas de alta resolução e algoritmos de aprendizado de máquina, os cientistas japoneses conseguiram identificar padrões sutis no terreno que, a olho nu, passariam despercebidos. As novas descobertas, que quase duplicam o número de geoglifos conhecidos na região, revelam a proeza técnica e a riqueza cultural dos povos antigos que habitaram Nazca.

As figuras recém-descobertas, com um comprimento médio de cerca de 9 metros, apresentam uma variedade de formas, incluindo animais, humanos e linhas sinuosas. Entre os desenhos mais intrigantes, destacam-se uma orca segurando uma faca e figuras que parecem representar ritos e atividades cotidianas.

Foto mostra um geoglifo recém-descoberto, o qual mostra uma orca segurando uma faca | Foto: Instituto Universitário Yamagata / Kyodo
Foto mostra um geoglifo recém-descoberto, o qual mostra uma orca segurando uma faca | Foto: Instituto Universitário Yamagata / Kyodo

A equipe de pesquisadores acredita que esses geoglifos menores, em comparação com as gigantescas Linhas de Nazca, foram criados por grupos populacionais menores e podem ter servido como um meio de comunicação e expressão cultural.

Anteriormente, um total de 430 geoglifos foram descobertos em explorações no Pampa de Nazca a partir da década de 1940.

Por sua vez, as novas linhas foram descobertas recentemente em 303 lugares por meio da pesquisa, que incluiu trabalho de campo no deserto de setembro de 2022 a fevereiro de 2023.

A equipe liderada pelo professor Masato Sakai examinou 1.309 locais em Nazca em busca de potenciais geoglifos, que se acredita terem sido criados há cerca de dois mil anos pela remoção de pedras e cascalho para serem empilhados ao longo das bordas das figuras.

A descoberta desses tesouros arqueológicos, que foi apresentada nos Anais da Academia Nacional de Ciências, nos Estados Unidos da América, no início desta semana, ressalta a importância da aplicação de novas tecnologias na pesquisa arqueológica. A inteligência artificial, ao automatizar a análise de grandes volumes de dados, permite aos pesquisadores identificar padrões e anomalias que seriam difíceis de detectar por meio de métodos tradicionais.

Com essa nova compreensão da complexidade e da extensão dos geoglifos de Nazca, os pesquisadores esperam que a região seja reconhecida como um patrimônio cultural de valor inestimável e que sejam tomadas medidas para sua preservação a longo prazo. A descoberta também abre novas perspectivas para o estudo das culturas pré-colombianas e da relação entre o homem e o ambiente.

== Mundo-Nipo (MN)


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