A previsão da Toyota Motor anunciou a previsão de uma queda significativa no lucro líquido para o atual ano fiscal, que se encerra em março de 2025, projetando um recuo de 34,9%, com o montante estimado em 3,1 trilhões de ienes, equivalente a 21,6 bilhões de dólares. Esse resultado é atribuído, principalmente, ao impacto das tarifas comerciais mais elevadas implementadas nos Estados Unidos durante o governo Donald Trump e à valorização do iene frente a outras moedas, de acordo com informações da Kyodo.
Apesar de estimar vendas recordes de 48,5 trilhões de ienes, um crescimento de 1% em relação ao exercício anterior, a fabricante japonesa, maior montadora do mundo, projeta uma diminuição de 20,8% em seu lucro operacional, totalizando 3,8 trilhões de ienes. No ciclo encerrado em março deste ano, a Toyota registrou um lucro líquido de 4,77 trilhões de ienes, 3,6% abaixo do ano anterior, junto a um volume recorde de vendas de 48,04 trilhões de ienes, o que demonstra a resiliência do setor mesmo diante de desafios globais.
O contexto atual é marcado pela preocupação crescente com a elevação das tarifas norte-americanas, incluindo a imposição de um adicional de 25% sobre veículos fabricados fora dos EUA, em vigor desde abril. Os Estados Unidos, responsáveis por aproximadamente 20% das vendas globais da Toyota, representam o principal mercado da empresa, o que potencializa o impacto negativo dessas medidas nas finanças do grupo. Segundo a própria montadora, a nova política de tarifas deve reduzir seu lucro operacional em cerca de 180 bilhões de ienes nos próximos meses, sendo que o impacto exato ainda depende de definições futuras.
Em relação à oscilação cambial, estima-se que a valorização do iene venha a reduzir o lucro operacional em 745 bilhões de ienes para o próximo período. A empresa utiliza uma projeção de taxa de câmbio de 145 ienes por dólar americano e 160 ienes por euro, valores abaixo das médias registradas no ano fiscal anterior. Na prática, cada valorização de 1 iene frente ao dólar representa um impacto negativo de aproximadamente 50 bilhões de ienes nos lucros da companhia.
Na coletiva de imprensa sobre o balanço, realizado nesta quinta-feira (8), o presidente da Toyota, Koji Sato, destacou a imprevisibilidade do cenário, dada a incerteza sobre a duração das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos. Sato afirmou que “a empresa continuará investindo no desenvolvimento e fabricação de veículos” adaptados às necessidades locais, sem detalhar possíveis ações futuras.
O diretor financeiro da Toyota, Yoichi Miyazaki, comentou que a companhia não pretende, no momento, repassar o aumento de custos ao consumidor final, ressaltando que ajustes de preços só serão considerados para itens de alta demanda e que as decisões serão tomadas de forma criteriosa.
Apesar dos desafios, o grupo Toyota, incluindo as marcas Hino e Daihatsu, encerrou o ano fiscal de 2024 com 11,01 milhões de veículos vendidos em todo o mundo, mesmo após ter a produção de alguns modelos interrompida devido a um escândalo de certificação. O resultado superou a expectativa inicial de 10,85 milhões de unidades, impulsionado sobretudo pela forte procura por carros híbridos. Para o próximo exercício, a multinacional prevê um aumento de 1,7% nas vendas globais, totalizando 11,2 milhões de veículos comercializados.
== Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Agência Kyodo
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