Existem neurônios que apagam a memória, diz estudo japonês

Estudo revela que um conjunto de neurônios existe exclusivamente para eliminar memórias consideradas irrelevantes.
cerebro
Foto: Stockvault

Um novo estudo sobre neurônios pode ter conseguido desvendar o motivo pelo qual o ser humano esquece completamente informações específicas ou sonhos. Realizada por pesquisadores de diversas entidades médicas do Japão, a publicação indica que o cérebro humano pode forçar a perda de memórias.

A pesquisa diz que um conjunto de neurônios existem exclusivamente para eliminar as memórias consideradas irrelevantes, fazendo com que os indivíduos esqueçam os pequenos detalhes do cotidiano.

Durante o dia, é comum que a mente das pessoas acabe ficando lotada de informações que, ao final do dia, não servem para mais nada. Com isso, as células cerebrais, reconhecidas como neurônios que abrigam o hormônio concentrador de melanina (MCH), destroem de maneira ativa as memórias durante o sono R.E.M., ou seja, enquanto o indivíduo está mais adormecido e os sonhos são mais vívidos.

Nessa fase, a atividade cerebral funciona da mesma maneira que funciona quando o ser humano está acordado.

Para realizar a pesquisa, os estudiosos utilizaram ratos como cobaia e analisaram seus cérebros. Com isso, descobriram que mais de 50% das células MCH ficavam ativas em alta velocidade quando os animais estavam passando pela fase R.E.M. do sono.

Também foi revelado que as células enviam mensagens para a sede da memória cerebral, chamada de hipocampo, que são capazes de inibirem as memórias presentes.

Com ajustes de combinação genética, os pesquisadores então criaram cópias de ratos que eram capazes de ativar e desativar os neurônios MCH quando desejassem. A ativação voluntária das células diminuiu o tempo que os animais passavam procurando por alimentos ou objetos que haviam perdido.

Memórias do sono

De acordo com a revista online Exame, o diretor do Centro de Neurociência do Instituto de Pesquisa Stanford, Thomas Kilduff, informou em comunicado que um grupo específico de neurônios controla todas as memórias do sono.

“Como se pensa que os sonhos ocorrem principalmente durante o sono REM, o estágio do sono em que as células MCH são ativadas, a ativação dessas células pode impedir que o conteúdo de um sonho seja armazenado no hipocampo – consequentemente, o sonho é rapidamente esquecido”, diz a Exame.

Mediante isso, caso a hipótese levantada pelos cientistas e pesquisadores japoneses seja comprovada, pode se tornar possível que os neurônios humanos sejam ativados e desativados para que as pessoas se lembrem ou se esqueçam de algo – como o procedimento que Clementine (Kate Winslet) se submete para esquecer Joel (Jim Carrey) no filme “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, de 2004.

A pesquisa, porém, tem a intenção de fazer com que indivíduos se lembrem das coisas, e não o contrário.

Fonte: Revista Exame Ciência.

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