Do Mundo-Nipo
Cerca de 200 meninas em todo o Japão ficaram doentes depois de vacinadas contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). A vacina é conhecida por proteger contra lesões no colo do útero que podem se desenvolver e virar câncer.
A campanha nacional de vacinação contra o câncer de colo de útero foi lançada no Japão há cerca de 6 anos. Mas a imunização contra HPV em jovens só teve início em abril de 2013, quando o Ministério da Saúde entrou em acordo com municipalidades locais para poder cobrir despesas.
Meninas do sexto ano do ensino fundamental até o primeiro ano do ensino médio foram alvos da campanha. Estima-se que 3,4 milhões de estudantes tenham tomado a vacina em questão.
A campanha da vacinação em jovens, no entanto, foi suspensa em junho de 2013, após milhares de meninas apresentarem reações adversas.
O Ministério da Saúde fez um levantamento envolvendo cerca de 2.600 jovens afetadas pela vacina, e descobriu que 200 delas não se recuperaram e ainda sofre de dores. O mais preocupante, no entanto, é que a maioria não frequenta mais o colégio porque deixou de andar, com perda da sensibilidade nas pernas, resultando em várias internações e cuidados especiais.
O Ministério disse que planeja oferecer assistência médica às jovens, mas somente depois de analisar com precisão se realmente existe uma conexão entre os sintomas e a vacina.
Caso semelhante também ocorreu no Brasil. Em setembro de 2014, quando 11 adolescentes de uma escola pública de Bertioga, no litoral de São Paulo, se queixaram de reação à segunda dose da vacina contra o HPV, aplicada em um grupo de estudantes.
Logo após a aplicação, as meninas deram entrada no pronto-socorro com queixas de dor de cabeça e dificuldades para caminhar, já que alegavam não sentir as pernas. Oito estudantes tiveram alta no mesmo dia, mas três continuaram com os sintomas e foram transferidas para um hospital local.
Especialistas associaram o fator emocional à causa da paralisia nas pernas. “A vacina não está relacionada a sintomas como dormência e paralisia dos membros, relatados pelo grupo de jovens de Bertioga”, disse a médica Marta Heloísa Lopes, professora do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
“Trata-se de uma vacina desenvolvida por engenharia genética, que tem apenas a superfície do vírus HPV. “Mesmo se tivesse o vírus inteiro, ele não seria capaz de provocar problemas no sistema nervoso central” diz.
“Vacina contra HPV é altamente segura”, garante especialistas no Brasil
O vírus do HPV é transmitido por meio do contato sexual e responsável pela quase totalidade dos casos de câncer de colo do útero. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), esse é o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama, e a segunda causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Fontes: NHK News | Globo News | Agência Kyodo.
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