O Japão confirmou nesta semana seu primeiro óbito por overdose de cafeína, o que reforça os alertas de especialistas para os malefícios do consumo excessivo de bebidas com esta substância. De acordo com a agência Kyodo, a vítima, um jovem de 20 anos, trabalhava no período noturno em um posto de abastecimento de combustíveis na província de Fukuoka, no sul do Japão.
A autópsia, realizada pela Universidade de Fukuoka, determinou “overdose por cafeína” como causa da morte. Entretanto, a investigação não conseguiu determinar a quantidade ingerida, nem o tempo que a substância levou para tornar-se letal ao jovem, conforme noticiou a Kyodo.
“Para aguentar a jornada de trabalho na madrugada, o jovem ingeria grandes quantidades de bebidas ricas em cafeína”, destacou a agência japonesa, sem dar mais detalhes.
Apesar de existir poucos casos confirmados de morte por overdose de cafeína, especialistas da área de saúde têm alertado sobre o perigo do consumo excessivo dessa substância, presente não só no café, mas em vários tipos de bebidas, principalmente em energéticos.
Se no Japão este foi o primeiro caso, nos Estados Unidos já foram confirmadas dez mortes por overdose desta substância. Os casos mais recentes envolveram dois adolescentes: Logan Stiner, de 18 anos e do Ohio, e Lanna Hamann, de 16 e do Arizona, conforme noticiou ontem (7) o jornal português ‘PT Jornal’.
A autópsia em Logan Stiner, que foi encontrado sem vida em 27 de maio de 2014, determinou como causa da morte uma arritmia cardíaca, provocada por convulsão gerada pela presença de 70 miligramas de cafeína por mililitro de sangue.
As estimativas das autoridades internacionais de saúde apontam para que 50 miligramas por mililitro de sangue sejam suficientes para provocar a morte de uma pessoa.
Ainda de acordo com o ‘PT Jornal’, a mãe de Lanna Hamann disse que a filha morreu após sofrer parada cardíaca devido ao consumo excessivo de bebidas energéticas (à base de cafeína) durante umas férias no México.
Limites para o consumo de cafeína
Um relatório da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar aponta que o consumo de cafeína pode ser benéfico quando a dose diária está entre 75 e no máximo 300 miligramas, o que equivale a três xícaras de café por dia.
Para os adolescentes, o limite máximo é de 100 miligramas por dia, ou seja, uma xícara de café. Passar destes valores pode levar a irritação, insônia e complicações cardíacas.
Segundo a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), os sintomas da overdose de cafeína incluem pulso acelerado ou perigosamente irregular, vômitos, diarreia, letargia e desorientação.
A overdose pode ser fatal, avisa ainda a FDA, que tem alertado para os perigos de um produto cujas vendas pela internet têm aumentado alarmantemente. Segundo o órgão, o produto em questão é cafeína pura em pó, que é vendida como suplemento para praticantes de esportes. Apenas uma colher pequena deste pó corresponde a 28 xícaras de café, alerta a FDA.
Benefícios e malefícios da cafeína
De acordo com a jornalista e nutricionista da revista ‘Veja’, Alessandra Rodrigues, quando consumida em baixas dosagens, a cafeína melhora a performance cognitiva e psicomotora, o que deixa o indivíduo mais alerta e com maior capacidade de concentração, além de redução de sonolência e cansaço. Em doses moderadas, é capaz de proteger o coração e atuar a favor do colesterol.
Porém, doses elevadas podem induzir efeitos altamente negativos: taquicardia, palpitações, insônia, ansiedade, tremores, dores de cabeça, náuseas, além de piora do colesterol e pressão arterial são alguns dos efeitos da alta ingestão dessa substância. Além disso, há o risco de overdose fatal, conforme ocorreu com o jovem no Japão, que passou a ser o mais recente caso confirmado de óbito por consumo excessivo de cafeína em todo o planeta.
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