Atualizado em 30/04/2023
A depressão não é apenas difícil de suportar, mas também um fator de risco que pode causar vários tipos de doenças emocionais e até físicas. Os sintomas depressivos podem ter enorme profundidade e poder de permanência, uma vez que eles acarretam sentimentos bem maiores do que um surto passageiro de tristeza ou desânimo, e a falta de consciência sobre o problema pode fazer com que a pessoa se sinta continuamente triste, tirando a alegria de atividades antes agradáveis. Essa condição, felizmente, pode ser revertida quando a pessoa depressiva procura ajuda de profissionais da saúde mental.
“Os sintomas depressivos podem ocorrer em adultos por muitos motivos. Se a pessoa está passando por mudanças de humor ou cognitivas que duram mais do que algumas semanas, é uma boa ideia trazer isso à tona com um médico ou consultar um especialista em saúde mental para ajudar a resolver possíveis causas”, analisa um estudo compilado pela Harvard Medical School, unidade de medicina da Universidade Harvard.
De acordo com o estudo, os quatro tipos mais comuns são: depressão maior; transtorno depressivo persistente (anteriormente conhecido como distimia); transtorno bipolar e transtorno afetivo sazonal.
Depressão grave
A depressão grave é uma doença comum que limita gravemente o funcionamento psicossocial e diminui a qualidade de vida. Em 2008, a OMS classificou a depressão grave, chamada também de Distúrbio Depressivo Maior (DDM), como a terceira causa de doença em todo o mundo e projetou que a doença ocuparia o primeiro lugar em 2030.
Na prática, sua detecção, diagnóstico e manejo costumam representar desafios para os médicos por causa de suas várias apresentações, curso e prognóstico imprevisíveis e resposta variável ao tratamento, de acordo com um estudo publicado na revista científica Lancet.
Do tipo clássico, a depressão grave é um estado em que o humor sombrio se faz persistente e a pessoa perde o interesse nas atividades, mesmo nas que geralmente são prazerosas. Os sintomas desse tipo de depressão incluem dificuldade para dormir, alterações no apetite ou no peso, perda de energia e sensação de fracasso.
O perigo maior no estado de depressão grave é a ocorrência de pensamentos de morte ou suicídio. Geralmente é tratada com terapias e/ou psicoterapias e medicamentos mais potencializados.
Para algumas pessoas com depressão grave que não é aliviada com terapias, e medicamentos antidepressivos, a eletroconvulsoterapia pode ser eficaz em alguns casos. No entanto, esse tipo de terapia, também conhecido por eletrochoques, é um tratamento psiquiátrico polêmico, visto que há controvérsias entre os profissionais da saúde mental. O tratamento consiste em provocar alterações na atividade elétrica do cérebro induzidas por meio de passagem de corrente elétrica, sob condição de anestesia geral, segundo explica o estudo da Harvard.
Transtorno depressivo persistente
Anteriormente chamado de “distimia”, esse tipo de depressão se refere ao baixo-astral que já dura pelo menos dois anos, mas pode não atingir a intensidade de uma depressão maior. Muitas pessoas com esse tipo de depressão são capazes de realizar suas atividades no dia a dia, mas se sentem desanimadas ou tristes a maior parte do tempo.
Outros sintomas depressivos podem incluir alterações do apetite e do sono, baixa energia, baixa autoestima e/ou desesperança.
Transtorno bipolar
Pessoas com transtorno bipolar – antes conhecido como doença maníaco-depressiva – têm episódios de depressão. Mas também passam por períodos de alta energia ou atividade incomum.
Os sintomas maníacos se parecem com o oposto dos sintomas de depressão: ideias grandiosas; autoestima irrealisticamente alta; diminuição da necessidade de sono; pensamentos e atividades em alta velocidade e busca intensificada de prazer (incluindo orgias sexuais); gastos excessivos e disposição à riscos.
Ser maníaco pode parecer ser ótimo, mas não dura muito, pode levar a um comportamento autodestrutivo e geralmente é seguido por um período de depressão. Os medicamentos para o transtorno bipolar são diferentes daqueles administrados para outros tipos de depressão, mas podem ser muito eficazes para estabilizar o humor de uma pessoa.
Transtorno afetivo sazonal (TAS)
Esse tipo de depressão surge à medida que os dias ficam mais curtos no outono e no inverno. A mudança de humor pode resultar de alterações nos ritmos diários naturais do corpo, na sensibilidade dos olhos à luz ou no funcionamento de mensageiros químicos como a serotonina e a melatonina.
O principal tratamento é a fototerapia, que envolve sessões diárias sentadas perto de uma fonte de luz especialmente intensa. Os tratamentos usuais para a depressão, como psicoterapia e medicamentos, também podem ser eficazes.
Tipos de depressão exclusivos para mulheres
Embora as mulheres tenham maior risco de depressão em geral, elas também correm o risco de dois tipos diferentes, que podem ser influenciados pelos hormônios reprodutivos – depressão perinatal e transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), de acordo com o Guia Saúde da Mulher: Cinquenta anos e mais, compilado por editores da Harvard Health Publishing.
Depressão perinatal
Este tipo de depressão inclui episódios depressivos maiores e menores que ocorrem durante a gravidez ou nos primeiros 12 meses após o parto (também conhecido como depressão pós-parto). A depressão perinatal afeta até uma em cada sete mulheres que dão à luz e pode ter efeitos devastadores nas mulheres, em seus filhos e em suas famílias. O tratamento inclui aconselhamento e medicação.
PMDD
Este tipo de depressão é uma forma grave de síndrome pré-menstrual, ou TPM. Os sintomas de PMDD geralmente começam logo após a ovulação e terminam quando a menstruação começa. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como a fluoxetina (Prozac) e a sertralina (Zoloft), podem reduzir os sintomas.
Tratamentos e terapias
Aprender a mudar ou controlar seus pensamentos para mudar seus sentimentos também é benéfico no tratamento da depressão. Ao contrário de alguns outros tratamentos, incluindo a terapia psicodinâmica, além de certos tratamentos psicológicos que funcionam, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Pesquisas recentes apontam que plataformas online, como a conceituada BetterHelp, oferecem alternativas úteis e acessíveis ao aconselhamento pessoal para fornecer TCC, junto com outras formas de terapia.
Os profissionais de saúde mental podem utilizar plataformas de terapia online para orientar aqueles que buscam tratamento por meio de um plano de TCC, que pode incluir sessões de aconselhamento, bem como exercícios e aulas interativas. A terapia online é amplamente considerada um serviço de saúde mental mais acessível do que o aconselhamento tradicional face a face devido aos custos mais baixos, agendamento flexível e menos restrições geográficas.
Por Maria Rosa / Mundo-Nipo (MN).
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.