Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Osaka, no centro-oeste do Japão, obteve sucesso ao regenerar diversos tipos de tecido do olho humano utilizando células-tronco pluripotentes induzidas, também conhecidas como células iPS, de uma maneira que imita o próprio desenvolvimento natural do olho, informou nesta quinta-feira (10) a imprensa internacional.
Liderada pelo pesquisador Kohji Nishida, a equipe confirmou que o uso de uma proteína chamada laminin-511 permite o cultivo de agrupamentos redondos de células a partir de células iPS em cerca de um mês, conforme noticiou a emissora pública ‘NHK’.
O olho é composto de diversos tecidos altamente especializados que derivam de uma variedade de linhagens de células durante o desenvolvimento. Ainda de acordo com a ‘NHK, cada um dos agrupamentos possui quatro camadas contendo diversas células que podem se tornar tecidos do olho humano, como nervos, retina, cristalino e córnea.
Com o uso dessas células, foi possível criar uma camada da córnea e transplantá-la para animais com cegueira decorrente da córnea comprometida. Esses tecidos foram capazes de recuperar o olho e restaurar a visão de um coelho.
Segundo a ‘Agência Estado’, estudos anteriores haviam demonstrado que determinados tipos de células, como as que constituem a retina ou a córnea, podem ser criadas em laboratório a partir de células-tronco pluripotentes induzidas – que são células adultas reprogramadas para adquirirem a capacidade de dar origem a qualquer tecido. Mas esses estudos não haviam representado a complexidade do desenvolvimento completo do olho conforme o trabalho apresentado pela equipe de Nishida.
No entanto, o grupo da Universidade de Osaka conseguiu gerar múltiplas linhagens de células do olho, incluindo a córnea, o cristalino e a retina, utilizando as células iPS. Com isso, Nishida e sua equipe mostraram que as células epiteliais da córnea podem ser cultivadas e transplantadas para os olhos de animais cegos e restaurar a visão dos mesmos.
De acordo com a agência de notícias ‘Kyodo’, o grupo afirmou que, até março de 2017, irá apresentar à comissão de avaliação da Universidade de Osaka um plano para iniciar testes clínicos em pacientes.
A equipe pretende realizar testes clínicos com humanos para transplante da parte frontal do olho. Com isso, Nishida e sua equipe acreditam que obterão sucesso em restaurar a função visual de pacientes que sofrem de perda total ou deficiência da córnea, conforme noticiou a ‘Kyodo’.
Do MN – Mundo-Nipo
Fonte: Kyodo News.
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