O cientista japonês Tasuku Honjo, laureado com o Prêmio Nobel de Medicina de 2018, recebeu o prêmio em uma cerimônia realizada ontem (11) em Estocolmo, na Suécia. Trajando roupas tradicionais japonesas, o imunologista recebeu a medalha do Rei da Suécia, Carl XVI Gustavo.
Honjo compartilhou o prêmio com James P. Allison, dos Estados Unidos. A conquista do afamado prêmio é devido aos trabalhos revolucionários dos dois pesquisadores no tratamento contra o câncer.
Embora tenham trabalhado separadamente, Honjo e Allison descobriram um novo tipo de terapia contra o câncer por meio da inibição da regulação imune negativa. A descoberta é considerada uma nova esperança para a cura da temível doença.
Allison tem 70 anos e é professor na Universidade do Texas. Ele estudou no início dos anos 1990 a proteína CTLA-4, que funciona como uma espécie de freio do linfócito T.
Honjo, de 76 anos, é professor na Universidade de Kyoto. Ele descobriu em 1992 outra proteína na superfície dos linfócitos T: a PD-1, que também freia as células imunológicas, mas com outro mecanismo.
Desde então, ambos passaram a desenvolver medicamentos que possam inibir a atividade dessas proteínas, estimulando o sistema imunológico a atacar tumores.
As descobertas “transcendentais” feitas por ambos os cientistas “estabeleceram um princípio completamente novo” no campo da oncologia e permitem “aproveitar a habilidade do sistema imunológico para atacar as células cancerígenas”, disse a academia em comunicado na ocasião do anúncio dos vencedores.
Os dois trabalharam separadamente e vão dividir o prêmio de US$ 1 milhão.
O doutor Honjo é o 26º japonês a ganhar um Prêmio Nobel e o quinto japonês a receber a distinção na categoria Nobel de Medicina e Fisiologia.
Terapia contra o câncer
As terapias baseadas em suas pesquisas foram “impressionantemente eficientes” e tiveram sucesso no tratamento de pacientes com diferentes tipos de câncer, segundo a Assembleia do Nobel.
A CTLA-4 vem sendo usada no tratamento do melanoma (câncer de pele) avançado, enquanto a PD-1 tem sido utilizada contra tumores de pulmão, renais, linfoma e melanoma.
Novos estudos indicam que se ambas as terapias forem combinadas, o tratamento pode ser, inclusive, mais eficiente.
As terapias também produzem efeitos colaterais, como reações autoimunes do corpo. Os pesquisadores agora buscam maneiras de reduzir estes efeitos.
Veja, abaixo, a cerimônia de entrega dos prêmios na Suécia:
Do Mundo-Nipo
Fontes: Kyodo News | NHK News.
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