O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão decidiu disponibilizar vacinas gratuitas contra rubéola para homens de meia idade, uma iniciativa que faz parte dos planos do Ministério para conter o alarmante surto da doença no país.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério, mais de 2.400 pessoas contraíram rubéola no Japão somente este ano. Trata-se do maior número já registrado desde o grande surto em 2013.
Do total de infectados, cerca de 2 mil são homens com idades entre 30 e 50 anos. O Ministério acredita que a maioria dos homens nessa faixa etária não foram vacinados contra a rubéola na infância.
Acredita-se ainda que cerca de 20% dos homens japoneses dessa geração não estão completamente imunizados contra a rubéola. Isso geralmente acontece porque a imunidade ao vírus que causa a doença, o rubivírus, só é adquirida após a segunda dose da vacina, portanto, a maioria dos homens no Japão tomaram apenas a primeira dose ou até nenhuma.
Em uma tentativa de conter a epidemia, o ministério decidiu testar homens para saber se eles têm os anticorpos contra a doença e, caso contrário, vaciná-los gratuitamente num período de três anos a partir de 2019.
O Ministério foi ainda mais exato ao informar que a vacinação gratuita será para homens nascidos entre 2 de abril de 1962 a 1º de abril de 1979, ou seja, homens com idades entre 39 e 56 anos. A pasta estima que homens nessa idade somam 16,1 milhões.
O governo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, espera erradicar o contágio por rubéola até 2020, quando muitos estrangeiros estarão no Japão para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio.
Gestantes não devem contrair rubéola
Se contrair rubéola durante uma gestação, o vírus atravessa a placenta e provoca alterações nos tecidos do feto em formação. Os sistemas mais atingidos são o cardíaco e nervoso, incluindo os olhos. Além da catarata congênita, a doença também pode causar no feto surdez, retardamento mental, malformação do globo ocular (microftalmia) e até interromper a gestação.
A vacina não deve ser tomada durante a gravidez. Ela é produzida com o vírus vivo e pode trazer complicações para a saúde do feto.
Mediante isso, o governo japonês afirmou que não medirá esforços para erradicar a doença, uma vez que a taxa de natalidade no país tem caído sistematicamente nos últimos 20 anos, o que tem prejudicado a economia por conta da cada vez mais crescente escassez de mão de obra.
Do Mundo-Nipo
Fontes: NHK News | Kyodo News.
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