Aeroportos no Japão intensificam segurança para prevenção de Zika

A medida segue uma decisão tomada pelo Ministério da Saúde do Japão, que designou o vírus Zika como uma doença infecciosa e “possivelmente contagiosa”.
Aeroporto de Narita sensores de temperatura Foto Kyodo

O aeroporto de Narita intensificou a ‘Lei de Quarentena’ como medida para detectar possíveis casos de pessoas infectadas pelo Zika. A medida segue uma decisão tomada pelo Ministério da Saúde do Japão, que designou o vírus Zika como uma doença infecciosa e “possivelmente contagiosa”, informou nesta terça-feira (16) a emissora pública ‘NHK’.

Desde segunda-feira (15) que todos os aeroportos internacionais no Japão estão orientando as pessoas que chegam ao país vindas dos locais afetados pelo vírus, bem como aqueles com destino a essas áreas, principalmente se for nações localizadas na América do Sul – Brasil e Colômbia são os primeiros na lista de países críticos.

No Aeroporto de Narita, as pessoas que desembarcam dessas áreas de risco estão sendo obrigadas a passar por uma verificação em sensores térmicos.

Esses sensores medem automaticamente a temperatura e, caso um passageiro apresente sinais de febre, ele será encaminhado a uma clinica instalada no aeroporto, onde será submetido a exames médicos.

A grande preocupação, no entanto, é que o vírus não provoca febre alta e portadores da doença podem passar despercebidos pelos sensores. Mediante a isso, o Departamento de Quarentena dos aeroportos estão pedindo que as pessoas “comuniquem voluntariamente sobre qualquer indício” como, por exemplo, picadas de mosquito, febre moderada e manchas na pele.

Passageiros que relatam problemas de saúde no setor de imigração estão sendo obrigados a fazer exames de saúde mais extensos, além do exame de sangue que é exigido pela Lei de Quarentena do Japão, na qual o vírus Zika entrou para a quarta categoria de doenças infecciosas que possuem o controle obrigatório regido pela legislação japonesa.

A lista conta com cinco categorias, sendo que o vírus Ebola está no topo. Em casos confirmados ou suspeitos, os aeroportos devem contactar “imediatamente” os centros de saúde do país, de acordo com a orientação do Ministério da Saúde.

Funcionários do Departamento de Quarentena no aeroporto de Narita estão orientando, de forma efusiva, as pessoas que viajam para regiões afetadas. Além das orientações contidas em um livreto distribuído nos aeroportos, os agentes do departamento pedem aos viajantes para vestir camisa de manga comprida, calça comprida e usar repelente contra insetos enquanto estiverem nas áreas afetadas. A orientação se estende, principalmente, a mulheres grávidas, pedindo que tenham “cautela extra”, conforme noticiou a ‘NHK’.

Sobre o vírus Zika
Em um recente relatório da Organização Mundial da Saúde, publicado no último sábado (13), 34 países confirmaram transmissões locais do vírus Zika, aos quais 27 deles localizam-se na América Latina e no Caribe. Nos EUA, os casos relatados foram apenas “importados”, ou seja, a contaminação deu-se em viagens internacionais, e não dentro do território americano, apesar da OMS estar investigando a suspeita de um caso de transmissão local através de relações sexuais.

Além das Américas, casos de contaminação pelo vírus Zika foram relatados em ilhas nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico. Os casos nos arquipélagos são registrados desde 2007, porém, segundo os governos locais, o surto da doença foi contido. Na Ásia, os casos confirmados de transmissão importada e local foram registrados na Tailândia, enquanto que suspeitas de contaminação foram relatados na Malásia, Filipinas, Fiji e Gabão. Na Europa, foram registrados 10 casos de contaminação importada.

Brasil e Colômbia estão entre os países mais afetados. Segundo informou recentemente o Instituto Nacional de Saúde da Colômbia, mais de 5 mil mulheres grávidas foram infectadas pelo vírus zika, enquanto o número total de casos no país chegou a 31.555.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou a terceira morte provocada pelo vírus Zika em adultos no país. O caso ocorreu em abril de 2015, mas os resultados dos exames saíram só agora  – divulgados no último dia 11 deste mês.

A maioria dos casos de morte por vírus Zika ocorreu em bebês com microcefalia. De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, no total, foram notificadas 76 mortes após o parto ou durante a gestação. Destas, 15 foram investigadas e confirmadas para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central, enqunto cinco tiveram identificação do vírus Zika no tecido fetal. Há 56 casos ainda em investigação e cinco foram descartados.

O ministério já confirmou 404 casos de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, dos quais 17 estão relacionados ao vírus Zika. Foram descartados 709 casos e 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o país estão sendo investigados, o que representa 76,7% das notificações. O boletim refere-se aos casos registrados até 30 de janeiro.

Transmissão e sintomas
O vírus Zika é principalmente transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor do vírus da dengue, chikungunya e da febre amarela. O período de incubação da doença pode durar alguns dias até surgir os sintomas, que são semelhantes aos sintomas da dengue: febre, erupções na pele, conjuntivite, dor nos músculos e nas articulações, mal-estar e dor de cabeça.

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