Japoneses conseguem recriar ‘minifígados’ a partir de células-tronco

O estudo representa um grande passo no emprego das células iPS no auxílio a pacientes com doenças hepáticas.
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Atualizado em 19/03/2016 – 08h03


Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Yokohama, no leste do Japão, anunciou que teve êxito em reproduzir pequenos fígados utilizando células-tronco pluripotentes induzidas, também conhecidas como células iPS,  que funcionam de modo tão eficaz como o órgão correspondente do corpo humano, o que representa um grande passo no emprego das células iPS no auxílio a pacientes com doenças hepáticas.

Publicado esta semana na revista científica Nature, o estudo foi liderado pelo professor Hideki Taniguchi, chefe do Departamento de Medicina Regenerativa da Universidade de Yokohama. A equipe japonesa trabalhou na criação de “minifígados”, com dimensões de somente alguns milímetros, por meio do emprego de células iPS, que são células adultas reprogramadas para adquirirem a capacidade de dar origem a qualquer tecido.

A equipe japonesa usou três tipos de células para criar os brotos hepáticos: dois tipos de células-tronco e material retirado do cordão umbilical. Para surpresa dos pesquisadores, que simulavam os estágios iniciais de formação do fígado como em um embrião, as células se mesclaram e começaram a formar espontaneamente um broto hepático.

Depois de formados, os brotos foram transplantados em camundongos que apresentavam falência hepática. O processo deu certo e aumentou o tempo de vida dos pequenos animais transplantados.

Taniguchi explicou que os pequenos brotos hepáticos podem converter amônia em substâncias não nocivas em nível equiparável ao de células do fígado humano.

Apesar do excelente resultado, os cientistas alertam que a utilização destes brotos em um tratamento ainda não é possível em humanos e que para injetá-los no sangue seria preciso diminuir o tamanho dos brotos, atualmente com cerca de cinco milímetros.

Contudo, Taniguchi e sua equipe acreditam que obterão sucesso no avanço da pesquisa e esperam conseguir iniciar testes clínicos em humanos com insuficiência hepática a partir de 2019.

Cientistas ao redor do mundo comemoram o avanço no estudo de células-tronco e acreditam que o grande destaque do estudo está na “mistura” de células usadas pelos pesquisadores japoneses, já que elas se organizaram de forma espontânea e podem formar tecidos mais complexos.

Fontes: NHK News | Centro de Criogenia Brasil.

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